Apresentação: Para o desenvolvimento de uma gestão eficiente, é necessário a aplicabilidade de um conjunto de ferramentas, habilidades e técnicas, para vencer os diversos desafios encontrados nas práxis do gestor público. Nesse sentido, o Balanced Scorecard (BSC), é um sistema de gestão estratégica utilizada para direcionar a instituição na operacionalização do planejamento estratégico, por meio da análise de indicadores que traduzem a estratégia da alta administração para os níveis estratégico, tático e operacional, mensurando assim os reflexos do mapa estratégico, a fim de avaliar o processo para alcance das metas estipuladas. Para isso, a maratona estratégica surge como uma forma de garantir a implantação eficaz desse sistema e uma forma de protagonizar todos os níveis da instituição no planejamento estratégico, utilizando como recurso didático o quadro de gestão à vista, que é uma metodologia gerencial onde os indicadores de desempenho são exibidos em quadros, dispostos em pontos estratégicos para visualização dos colaboradores e traz excelentes resultados para uma gestão participativa, o que contribui para o aumento da integração e de uma assistência de qualidade. Consoante a isto, a metodologia ativa, é uma estratégia inovadora que proporciona um aprendizado dinâmico e eficaz, na qual o público-alvo adquire confiança em suas decisões e aplicação do conhecimento adquirido. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência, com a segunda edição, da maratona estratégica desenvolvida pela Equipe de Planejamento (EP) de uma instituição pública estadual. Desenvolvimento do trabalho: A indispensabilidade de aproximação entre os gestores e os servidores levou a idealização de uma metodologia estratégica, na forma de uma maratona de gestão, a qual foi pensada e executada pela EP, a fim de promover além da aproximação, o entendimento e aprendizado coletivo dos servidores sobre o planejamento estratégico BSC. Participaram dessa atividade os setores: Diretoria de Planejamento, Orçamento e Gestão (DPOG), Gerência de Execução Orçamentária (GEOR), Coordenação de Prontuário (CPRO),  Gerência de Diagnósticos por Imagem e Endoscopia (GDIE),  Gerência de Faturamento (GFAT), Coordenação de Estatística (CEST), Gerência de Arquivo Médico (GAME), Coordenação de Arquivo Administrativo (CAAD),  Gerência do Complexo Ambulatorial (GAMB), Gerência de Assistência Farmacêutica (GASF), Gerência de Procedimento de Material Esterilizado (GCME), Gerência Transfusional (GTRA) e Gerência de Hotelaria Hospitalar (GHOT).  A primeira edição dessa estratégia ocorreu em 2017 e objetivou a apresentação do planejamento estratégico para toda a instituição, em todos os níveis. Essa atividade ocorreu no auditório da instituição, com capacidade para 120 pessoas e a EP disponibilizou para cada setor 1 hora de apresentação do conteúdo programático. Já a 2° edição, em 2021, iniciou com a realização de uma reunião com os gerentes de cada setor para informar sobre a dinâmica, metodologia e respectivas datas a serem realizadas. A atividade ocorreu no período de um mês, com data e horário pré-agendados considerando o momento mais propício para sua realização. Nesse processo, foi apresentado pelos gestores de cada setor o quadro de gestão à vista, como ferramenta facilitadora do processo de exposição da abordagem, apresentado. No quadro, consta o mapa estratégico da instituição, o mapa de risco, o mapa de processos e os resultados dos principais indicadores de cada setor. No dia da atividade, a EP realizou a visita in loco para acompanhamento da equipe local, na qual o gerente do setor apresentou todas as informações contidas no quadro de gestão à vista da área, como o mapa estratégico, mapa de risco, mapa de processos e resultado dos principais indicadores, com foco no planejamento estratégico, identificando em qual objetivo estratégico aquele setor está contribuindo, qual a missão e visão e onde cada um se insere na estratégia da instituição, o que possibilitou o envolvimento das equipes em toda a integralidade do processo. Por fim, houve um momento para os servidores pudessem contribuir com suas perspectivas e visão do processo. No que tange a necessidade, a equipe de planejamento esclareceu e/ou acrescentou a discussão, além de realizar a síntese de toda atividade desenvolvida. Resultados: Participaram da Maratona de 2021, 153 servidores, destes 10 (6,5%) participantes foram da Diretoria de Planejamento, Orçamento e Gestão (DPOG), 03 (2%) da Gerência de Execução Orçamentária (GEOR), 18 (11,8%) da Coordenação de Prontuário (CPRO),  11 (7,2%) da Gerência de Diagnósticos por Imagem e Endoscopia (GDIE), 17 (11,1%) da Gerência de Faturamento (GFAT), 9  (5,9%) da Coordenação de Estatística (CEST), 19  (12,4%) da Gerência de Arquivo Médico (GAME), 8  (5,2%) da Coordenação de Arquivo Administrativo (CAAD),  12  (7,8%) da Gerência do Complexo Ambulatorial (GAMB), 10  (6,5%) da Gerência de Assistência Farmacêutica (GASF), 12  (7,8%) da Gerência de Procedimento de Material Esterilizado (GCME), 9  (5,9%) da Gerência Transfusional (GTRA) e 15  (9,8%) da Gerência de Hotelaria Hospitalar (GHOT). Desses setores a GAME, foi a equipe com maior número de participantes, seguido da CPRO e da GFAT, respectivamente. Além disso, 32 participantes são do nível superior (enfermeiros, gestores/gerentes, biomédicos, farmacêuticos, e outros) e 121 entre os níveis fundamental e médio (técnicos, artes práticas, assistentes administrativos e outros). Isso evidenciou que 79% das categorias envolvidas são dos níveis médio e fundamental, uma vez que contemplam o maior quantitativo de servidores, dentre esses destaca-se que 34,7% são da categoria de artes práticas. Além disso, 21% dos envolvidos são profissionais do nível superior, sendo que os gestores/gerentes representam o maior montante. Diante desses números, percebeu-se significativo envolvimento dos servidores no decorrer da atividade, esses mostraram-se interessados no processo estratégico em que a instituição está inserida. Nota-se que, a participação ativa das pessoas é essencial, pois são elas quem interagem e definem todo o processo, de acordo com o que é esperado pela organização. Além disso, é de crucial importância que o gestor de cada área tenha conhecimento pleno do mapa estratégico, do mapa de risco, do mapa de processos e dos resultados de indicadores, visto que a liderança exerce efeito sobre o comportamento dos membros da equipe e contribui para o sentimento de pertencimento em todo o processo organizacional e no produto final, no caso, o cuidado. Vale ressaltar que essa atividade não tem caráter avaliativo nem punitivo, serve apenas para imprimir a identidade organizacional em cada colaborador. Diante disso, a equipe organizadora percebeu que as demais equipes compreenderam e assimilaram os aspectos do planejamento estratégico, o que contribui para o bom andamento dos processos internos e garante o cumprimento da missão, visão e valores da instituição. Considerações finais: Esse estudo possibilitou a realização de uma atividade estratégica com o intuito de viabilizar as etapas dos processos e traduzir a linguagem da alta gestão para os níveis técnicos e operacionais. A utilização da maratona como ferramenta estratégica propicia uma comunicação clara e objetiva com as demais camadas estruturais da organização, além de proporcionar a aplicabilidade do método BSC alinhado aos objetivos estratégicos. Ressalta-se também que esse instrumento apresentou um resultado funcional e efetivo. Logo, permite que todos os envolvidos compreendam as fases do processo no qual participam e estão inseridos. Espera-se que a empregabilidade dessa estratégia possa contribuir para outras pesquisas a respeito dessa abordagem e incentivar outras ações em que se utilize a aplicação dessa ferramenta.

Administração Hospitalar; Gestão em Saúde; Planejamento