APRESENTAÇÃO: A COVID-19, patologia responsável pela pandemia relatada pela Organização Mundial da Saúde(OMS) no ano de 2020, trata-se de uma doença infecciosa causada pelo vírus SARS-CoV-2, também conhecido como “Novo Coronavírus”. Caracterizada por possuir manifestações clínicas semelhantes às das demais viroses respiratórias, tais como febre, cansaço e tosse seca, a COVID-19 também pode apresentar sintomatologias mais específicas, como anosmia e ageusia, apresentando-se inicialmente de modo leve. O vírus pode manifestar-se no corpo humano de modo assintomático ou evoluir de maneira grave, havendo o registro de agravamento de apenas uma a cada seis pessoas contaminadas. Além disso, se sabe que há a chance de desenvolvimento de sequelas pós-infecção pelo SARS-CoV-2. Os indivíduos que foram expostos ao vírus geralmente se recuperam da doença sem sequer precisar de atendimento hospitalar, no entanto, os pacientes idosos e pacientes portadores de comorbidades associadas, bem como, aqueles que fazem uso de imunossupressores, são considerados pacientes de risco, sendo sujeitos ao agravamento da doença. O patógeno possui alto grau de transmissibilidade, sendo propagado por meio de gotículas da boca ou nariz expelidas por meio da fala, tosse ou espirro. Esse vírus é transmitido de indivíduo doente para indivíduo saudável e possui período de incubação de 2 a 14 dias. Neste sentido, a realização de ações educativas para que ocorra a propagação de conhecimento acerca da prevenção do vírus torna-se indispensável para a comunidade. A OMS define “saúde” como sendo, não apenas a ausência de doença, mas o completo bem-estar físico, mental e social do indivíduo. Isso implica na utilização de ferramentas que fomentem a saúde como um caminho viável para este alcance. A educação em saúde evidencia-se, como sendo uma das mais importantes ferramentas para o processo de promoção de saúde, capaz de envolver tanto os profissionais de saúde quanto a população. Ela é delineada com o objetivo de propagar conhecimento, propiciando a adoção de ações que conduzem a promoção, prevenção de doenças e agravos na população. Nesse âmbito a atenção básica possui um papel fundamental para o desenvolvimento das práticas educativas, visto que se trata da porta de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS), possuindo uma maior proximidade com a população. Dentre os profissionais atuantes neste nível de atenção, o profissional de enfermagem aparece como um dos principais agentes responsáveis por esse processo educacional, agindo como mediador no processo de transporte da informação, responsável por adotar estratégias que irão promover saúde e contribuirão significativamente para a construção do saber dos ouvintes, de modo que esse aprendizado ocorra da forma mais compreensível e acessível possível, objetivando maior reflexão e efetividade sobre as temáticas exploradas, visto que é de fundamental importância que a própria comunidade busque pelo seu bem-estar. Os Enfermeiros, se utilizam cada vez mais de métodos inovadores, tal qual as Tecnologias Educacionais (TE), que mostram-se efetivas, empoderando o indivíduo para entender como as próprias ações influenciam em sua condição de vida. A ferramenta tecnológica inserida à modalidade de educação em saúde deve ser entendida como um conjunto sistemático de procedimentos e propósitos, que tornam viável o planejamento, a execução e o acompanhamento do processo educacional. Essas tecnologias podem ser conceituadas como sendo a compreensão e a aplicação de um conjunto de conhecimentos e pressupostos que possibilitam aos indivíduos pensar, refletir e agir, permitindo que eles se tornem sujeitos de seu próprio processo de existência. Sendo assim, a criação de tecnologias advindas do ato de cuidar se baseiam no conhecimento técnico e científico, na observação do cotidiano e na preocupação com o bem-estar, tanto do cuidador como do sujeito do cuidado, dessa forma, tornam-se úteis e importantes no processo de ensino que permeia a assistência de enfermagem, como um meio facilitador e auxiliador para prover conhecimento e saúde à população. Visto isso, o presente estudo tem como objetivo relatar a experiência vivenciada por discentes de enfermagem no processo de educação em saúde para o enfrentamento do novo coronavírus. DESENVOLVIMENTO: Refere-se a um estudo qualitativo e descritivo do tipo relato de experiência, a ação foi desenvolvida por 03 discentes do 5º semestre do curso de graduação em enfermagem do Centro Universitário FIBRA, em Belém-PA, durante as práticas obrigatórias do curso ocorridas no mês de março de 2020. Vale ressaltar que neste período, a primeira quinzena do mês de março, não havia nenhum caso confirmado da doença nos municípios paraenses. Na Unidade Municipal de Saúde (UMS), os discentes foram orientados pela enfermeira responsável da referida unidade a desenvolverem uma tecnologia educacional sobre meios de prevenção do vírus SARS-Cov-2, para ser aplicada durante palestras para o público frequentador do centro de saúde. A tecnologia desenvolvida foi elaborada com base nos conhecimentos que se tinha acerca da nova patologia, utilizando-se como fonte de informação os dados e informes disponibilizados pela OMS em seus boletins diários publicados nas mídias sociais, pelo Ministério da Saúde e pelas demais literaturas científicas que falavam acerca de doenças respiratórias. Desenvolveu-se um folder, objetivando facilitar e otimizar o processo de aprendizagem pelo público, cujas informações contidas eram referentes ao novo vírus e medidas de prevenção para a doença desencadeada por ele. Para o desenvolvimento do folder utilizou-se a plataforma online Canva como ferramenta de criação. RESULTADOS: A ação educativa realizada ocorreu na sala de espera da UMS, contando com a participação de cerca de 20 pessoas, dentre as quais a maioria eram mulheres com idade superior a 60 anos. Ao todo foram realizadas 04 palestras com duração média de 30 minutos cada. O público-alvo recebeu a explicação verbal sobre a temática e, posteriormente, lhes foi entregue o folder desenvolvido, sendo distribuído individualmente para cada participante. A tecnologia educacional, o folder, foi criado em formato de folha A4, utilizando-se as fontes Atma bold, Oswald e Open Sans Extra Bold. Para melhor caracterização do folder, foi realizada a dobradura em três partes. Em sua composição, procurou-se realizar a associação de textos e imagens para que chamassem a atenção do público e proporcionasse maior elucidação do conteúdo exposto. O conteúdo dissertou sobre informações referente ao patógeno e orientações de medidas preventivas de disseminação de doenças respiratórias, com ênfase para a COVID-19, destacando-se dentre elas : o distanciamento social; o não compartilhamento de objetos pessoais; a importância do uso de álcool 70% ou álcool em gel e a técnica correta de lavagem das mãos. Ao final da ação, percebeu-se que devido ao pouco conhecimento que se tinha da doença, os participantes possuíam bastante dúvidas que, ao final da palestra, expuseram por meio de perguntas acerca da temática. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Devido ao escasso conhecimento que se tinha na época sobre a COVID-19, por tratar-se de uma doença nova e inesperada com alta taxa de transmissibilidade e gravidade, fez-se necessário a busca pelo controle do processo saúde-doença da coletividade, destacando-se como ferramenta relevante e eficaz o desenvolvimento de ações educacionais relacionadas à saúde contribuindo para a prevenção e minimização do agravamento de doenças. Apresentando-se também de fundamental relevância nesse processo, a aplicação de tecnologias educacionais para propiciar melhor interação entre profissionais e usuários, contribuindo para potencializar a aprendizagem e fixação da temática abordada, bem como, torna-se fonte de consulta para revisar os assuntos explorados e as orientações repassadas. Por meio do processo educacional realizado os acadêmicos de enfermagem puderam ter experiência com essa prática tão comum na vivência da enfermagem.