Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-01-31
Resumo
Apresentação: De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS), a sobrevivência e desenvolvimento da criança estão relacionados à amamentação, cujos benefícios são notórios quando há a prática do Aleitamento Materno Exclusivo (AME), principalmente quando comparados a qualquer outro meio nutricional disponível ao lactente. Preconiza-se a permanência integral do aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses, e após este período, o uso do Aleitamento Materno (AM) com a introdução de alimentos, como frutas, legumes e carnes de modo suplementar até os 24 meses de vida. O Leite Materno (LM), é constituído por 160 componentes, são eles: vitaminas, proteínas (caseína e lactalbumina, alfalactoalbumina leptina), carboidratos, lipídios, minerais (sódio, potássio, cloreto, cálcio, magnésio, fósforo ferro, flúor, zinco, cobre, manganês, selênio e iodeto) e água, suprindo todas as necessidades nutricionais do lactente. No território brasileiro a AME é incentivada por medidas políticas e pelos profissionais da saúde, tanto no âmbito primário como no secundário e no terciário. Assim, abordar as razões de inserção da mulher dentro das políticas públicas, desde o pré- natal até o pós- parto é fundamental, para que e a introdução do aleitamento materno exclusivo e a duração dele ocorram de acordo com as instruções preconizadas pelos órgãos de saúde. AM, de acordo com o Ministério da Saúde, reduz os índices de óbitos por motivos preveníeis em indivíduos com até cinco anos de vida em aproximadamente 13%, e considerado fundamental na redução dos índices de óbitos infantis. O percentual global da AME atingido em 2019 foi de 41%, no território brasileiro chegou a 45,7% e ao considerar as regiões do país o Nordeste, foi a de menor percentual, com apenas 38%. O presente estudo tem como objetivo abordar os 10 passos para o sucesso do AME, seus benefícios para a mãe e o bebê e a importância do ensino e orientação acerca deste tema. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência vivenciado por discentes e docentes do décimo período do curso de Bacharelado em Enfermagem da UEPA – Campus XII, no setor de Obstetrícia de um hospital público do município de Santarém-Pará, no período de 30 de agosto à 27 de setembro de 2021 e baseado em levantamento bibliográfico de estudos que comprovem a eficácia do aleitamento materno exclusivo, tendo em vista as eventuais dúvidas das mães com relação à este assunto e as dificuldades enfrentadas. Resultados e Impactos: (1°) Informação - A mãe deve estar ciente de que o aleitamento materno possui benefícios tanto para o lactente quanto para a lactante. No leite materno há marcadores anti-infecciosos, que defendem o bebê de doenças diarreicas, pulmonares e renais, além disso, diminui as chances de outras comorbidades. À lactante alguns dos benefícios são a prevenção contra hemorragias durante o pós-parto, involução uterina, redução de peso e dos casos de câncer; (2°) Preparo das mamas – Durante a gestação, é necessário realizar banhos de sol nas mamas regularmente até as 10 horas da manhã ou após as 16 horas por 15 minutos; (3°) Contato pele a pele - Na primeira hora de vida, é importante pois contribui para o aumento da duração da amamentação, devido ao fortalecimento do vínculo mãe-filho; (4°) Amamentar em regime de livre demanda - permitir que o bebê dite seu próprio ritmo e se alimente sempre que desejar, não restringindo o tempo de permanência na mama ou o horário para a alimentação. Em geral, um bebê em AME mama de 8 a 12 vezes ao dia; (5°) Posicionamento – é vital que a mãe se sinta confortável e relaxada durante as mamadas, que podem ser realizadas em posição em pé, sentada ou deitada. O bebê deve ser colocado de maneira com que a barriga fique junto ao corpo da genitora, facilitando a respiração, sucção e deglutição; (6°) Pega adequada - Para que o bebê tenha uma boa pega, é preciso que esteja com o corpo próximo e voltado para a mãe, nádegas apoiadas, corpo e cabeça alinhados com a boca na mesma altura da mama. A boca da criança é que deve ser levada até o mamilo e não vice-versa. O polegar da mãe deve ser colocado acima da aréola e o indicador abaixo, formando a letra “C”. Durante a mamada a boca deve ficar bem aberta, os lábios do bebê devem ficar para fora, com quase toda aréola abocanhada e não apenas o bico do peito e o queixo deve estar tocando o peito da mãe; (7°) Esvaziamento correto das mamas – deixar que o lactente esvazie uma mama completamente e só após oferecer a outra mama; (8°) Retirar o mamilo corretamente: a mãe deve introduzir o dedo no canto da boca do bebê antes de retirá-lo da mama ou puxar delicadamente o queixo para baixo, facilitando a retirada do mamilo sem traumas; (9°) Cuidados com os mamilos - evitar o uso de cremes, pomadas e sabões, para prevenir o ressecamento e fissuras. Indica-se a realização de exercícios para fortalecimento e para aumentar a elasticidade da aréola e dos mamilos; (10°) Avaliar as mamadas - Observar se o bebê está mamando pelo menos oito vezes ao dia, avaliar se está ganhando peso adequadamente, se ele parece confortável durante as mamadas e se pode ouvir o som da deglutição do leite. As mulheres devem receber essas orientações através de ações de educação em saúde, preferencialmente, desde o início do pré-natal, para que haja a preparação correta, para que elas possam sanar suas dúvidas e conhecer os benefícios e dificuldades, e também no ambiente hospitalar, logo após o parto, nos primeiros contatos propriamente ditos com a amamentação. É necessário que todos os profissionais estejam capacitados para realizar este ensino e tenham conhecimento técnico-científico para sanar as possíveis dúvidas da mãe. Considerações finais: Mediante o exposto, nota-se a importância da realização de um AME de qualidade e, além disso, é imprescindível que haja orientações acerca dos 10 passos, dos benefícios e dificuldades desde a gestação aos primeiros dias do pós-parto, a fim de tornar este ato menos desconfortável e mais prazeroso para a mãe, e consequentemente, um hábito dela e do bebê. As orientações devem ser realizadas através de educação em saúde durante o pré-natal e, se possível, no pré- parto e no pós- parto imediato, ministrada pela equipe de enfermagem.