Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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COVID-19 e a Enfermagem na Mídia Brasileira: Heroísmo e resistências na guerra pandêmica
Liciane da Silva Costa Dresch, Roberta de Pinho Silveira, Fernanda Carlise Mattioni, Rosane Rollo, José Gabriel Leão, Norma Barros, Liliane Spencer

Última alteração: 2022-01-20

Resumo


Introdução: O ano de 2020 foi marcado por um novo cenário mundial, imposto pela pandemia da Covid-19. Na linha de frente, protagonizando o cuidado junto a outros profissionais da saúde, esteve a equipe de Enfermagem. Objetivo: Analisar os discursos circulantes na mídia brasileira a respeito da Enfermagem frente à pandemia da Covid-19. Metodologia: O corpus de análise foi constituído por reportagens veiculadas online, no ano de 2020, nos portais da Folha de São Paulo, El País Brasil, BBC News e Portal G1. O critério de busca abarcou diferentes cruzamentos das seguintes palavras-chave: Enfermagem, Enfermeira, Pandemia, Saúde Mental, Covid-19 e Sofrimento. Foram encontradas 112 reportagens, analisadas a partir de algumas das ferramentas teórico-metodológicas de Michel Foucault e de outros autores contemporâneos que analisam o tema da saúde mental no Brasil e no mundo. Resultados: Foram elencadas três categorias analíticas: 1) Corpos em Guerra, sobre a exposição dos corpos das enfermeiras ao trabalho precarizado na linha de frente da assistência à saúde, caracterizada pelo conceito de Necropolitica de Achile Mbembe  ; 2) Heroínas Silenciadas, analisada a partir da rede discursiva sobre a profissional de saúde com o status de heroína, que sacrifica a vida e renuncia a seus desejos e prioridades para corresponder a uma subjetividade de abnegação, e, 3) Resistências em Curso, na qual traçamos possibilidades para a ressignificação deste círculo de sofrimento laboral, trazendo o ativismo e a consciência de classe para potencializar o exercício profissional da Enfermagem. Conclusão: Refletimos o quanto as profissionais da Enfermagem têm seus corpos e subjetividades expostos ao adoecimento, forjados a partir da docilidade e da disciplina da profissão que silenciam o sofrimento. A precarização do trabalho, que leva à desvalorização da vida em prol do ofício do cuidado, tece corpos-escudos a partir do sofrimento em um cenário laboral marcado pela Necropolítica, no Brasil.

Palavras-chave: Enfermagem. Pandemia. Covid-19. Mídia. Sofrimento