Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE GRADUANDAS DE ENFERMAGEM SOBRE PRÁTICAS DE PREVENÇÃO AO PAPILOMAVÍRUS HUMANO.
Nathalia Moerbeck, Thelma Spindola, Catarina Motta, Bárbara Soares, Diana Karkour

Última alteração: 2022-02-23

Resumo


Apresentação: O estudo teve objetivo de analisar as representações sociais de graduandas de enfermagem acerca do Papilomavírus humano (HPV) e as práticas de prevenção adotadas pelas jovens universitárias. Método: Estudo descritivo, qualitativo, alicerçado na Teoria das Representações Sociais e emprego da abordagem processual. Participaram 30 graduandas de enfermagem de uma universidade pública, do município do Rio de Janeiro, que eram sexualmente ativas, estavam cursando os períodos finais da graduação, oitavo e nono períodos. Os dados foram coletados pela aplicação de um questionário para captação dos dados sociodemográficos, práticas sexuais e de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, e uma entrevista semiestruturada para a obtenção dos dados discursivos a respeito do tema. Na análise dos dados quantitativos empregou-se a estatística descritiva e dos dados discursivos a técnica de análise de conteúdo, na modalidade temático-categorial. Todos os procedimentos éticos foram respeitados na realização do estudo, ou seja, a pesquisa foi previamente aprovada por um Comitê de Ética em pesquisa e todas as participantes tomaram ciência e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: O processo de análise dos dados discursivos revelou 2182 unidades de registro (UR), que foram distribuídas em 37 temas e, posteriormente, foram organizados em cinco categorias. Neste recorte serão apresentados os dados da categoria “Práticas de prevenção do HPV adotadas pelas graduandas de enfermagem” que corresponde a 540 (24,75% ) unidades de registro e 11 temas. A caracterização social das participantes do estudo demonstra que a maioria das jovens tinham idades compreendidas na faixa etária de 21- 24 anos (80%); tinham orientação sexual heterossexual (86,67%); relacionamento afetivo com companheiro fixo (50%); tiveram a primeira relação sexual na faixa etária entre 12 e 17 anos (56,67%); no grupo investigado apenas 20% informaram sempre fazer uso do preservativo nas atividades sexuais. Na análise discursiva percebeu-se que a maioria das graduandas tinham conhecimento sobre o  HPV e os agravos que  acarreta para a saúde. As estudantes ressaltaram como recursos para a prevenção do HPV a importância do uso de preservativos nas práticas sexuais, a realização do exame de Papanicolau e os testes diagnósticos. Entretanto, foi observado  que no grupo das graduandas entrevistadas poucas demonstraram conhecimento sobre o tratamento para o HPV.  E ainda, revelaram em suas falas que o uso de preservativos era associado ao tipo de parceria sexual, parceria fixa ou eventual,  sendo mais recorrente com parceiros eventuais devido à falta de confiança no parceiro eventual e, que costumam dispensar medidas protetivas em relacionamentos homoafetivos por atribuírem ao gênero masculino a transmissão de IST. Conclusão: As graduandas reconhecem o HPV como uma infecção de transmissão sexual e a adoção de práticas de prevenção como imunização, exame preventivo e uso de preservativos. Associam o preservativo para prevenção de uma gestação não planejada, e deixam de usar o recurso com parceiros fixos e em relacionamentos homoafetivos. Os dados reforçam a necessidade de mais informações sobre a infecção pelo HPV, considerando que as jovens investigadas, embora estudantes da área da saúde apresentaram dúvidas, conhecimento insuficiente, e ficam expostas à infecção.