Apresentação:

A partir da experiência de uma equipe multiprofissional de saúde mental, notou-se número expressivo de faltas nas triagens agendadas no serviço de psicologia no Centro Municipal de Especialidades de Pinhais. Essa demanda fomentou na equipe o desejo de pesquisar justificativas para as faltas e buscar melhor o acesso aos atendimentos em saúde mental na rede, tendo como ponto de partida os meses de abril, maio e junho de 2021. O Centro de Especialidades oferta atendimentos multiprofissionais e compõe campo de prática de uma residência multiprofissional em saúde mental. O estudo busca enquanto recorte de dados para pesquisa e análise os atendimentos ofertados em psicologia que seguem quatro fluxos possíveis: o usuário é atendido na USF e é encaminhado pelo médico; o usuário é atendimento em consulta especializada de psiquiatria e/ou neurologia e é encaminhado; e por meio do atendimento na proteção especial, principalmente pelo serviço de Escuta Especializada; e CAPS II e CAPSad. Os encaminhamentos são realizados por meio de uma guia de encaminhamento, é direcionada para USF, e a partir desse fluxo é levado para uma Central de Marcação de Consultas. A partir dessa central é agendada uma triagem de psicologia no Centro de Especialidades. Nesse atendimento é acolhida a demanda inicial, o caso é levado à reunião de equipe multiprofissional e é definida a terapêutica do usuário, reconfigurada em um Projeto Terapêutico Singular com o profissional de referência do caso. São ofertados atendimento individuais e em grupo, os quais são caracterizados por serem breves e focais, com tempo e foco definidos e possibilidade de reavaliação caso a caso.

Desenvolvimento:

A organização das Redes de Atenção à Saúde - RASs são organizadas a partir da descentralização e para que ela ocorra depende de vários fatores, e um dos mais importantes é a qualidade do acesso (MENDES, 2011). É importante diferenciar acessibilidade de acesso, pois acesso está relacionado à o uso dos serviços para atender as necessidades dos usuários, enquanto acessibilidade à chegada dos usuários aos serviços (STARFIELD, 2002). Os sujeitos da pesquisa são usuários que já acessaram o atendimento na rede assistencial em saúde ou outros serviços especializados, mas quando aumenta a complexidade do setor, no caso a especialidade para terapias em psicologia, uma parcela dos usuários não se inserem no atendimento de psicologia, tornando importante pensar nas possíveis barreiras de acesso na rede. O conceito de acesso à saúde sofreu várias mudanças ao longo do tempo, os autores Sanchez e Ciconelli (2012) elencam quatro dimensões que norteiam o estudo sobre o acesso: disponibilidade, aceitabilidade, capacidade de pagamento e informação. E esses são atravessadores que a equipe visa estudar para compreender o número de faltas.

Resultados e Considerações Finais:

Os resultados estão sendo colhidos por meio de um formulário, com o apoio de uma equipe de residentes. Ressaltamos a importância da pesquisa com dados do campo de trabalho para melhor compreensão da demanda e desafios de acesso dos usuários aos atendimento em saúde.