Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
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Impacto da COVID-19 no padrão das SRAG da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado da Bahia
Última alteração: 2022-01-26
Resumo
Introdução: As síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) são definidas como a presença de síndrome gripal (quadro respiratório agudo, caracterizado por pelo menos dois (2) dos seguintes sinais e sintomas: febre, mesmo que referida, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou gustativos) e que apresente dispneia/desconforto respiratório ou pressão persistente no tórax ou saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente ou coloração azulada dos lábios ou rosto. Todos os casos hospitalizados ou que evoluíram a óbito, independente de hospitalização devem ser notificados e alimentam o sistema SIVEP gripe. Em 2019 houve a identificação do SARSCOV2 como novo agente etiológico causador de uma grave pneumonia na China, e que foi declarada como pandemia o início de 2020. Em março do mesmo ano foi detectado o primeiro caso de COVID-19 no estado da Bahia e desde então, muitos casos de síndromes gripal foram notificados, inclusive com grande número de casos graves e óbitos. Desenvolvimento: Este estudo analisou o impacto do SARS-cov2 no padrão das SRAG da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado da Bahia no ano pré-pandêmico (2019) e durante período pandêmico (2020 e 2021). Foi utilizado o banco de dados do sistema de informações SIVEPGRIPE referente as notificações de casos de residentes do estado da Bahia no período de 2019 a 2021. Resultados: Antes da pandemia ocorreram 1. 872 casos de SRAG, 12,6 casos/mês e 156 casos/100 mil hab. Na pandemia, em 2020, ocorreram 40.895 casos, sendo 273,9 casos/ mês e 347,9 casos/100 mil hab., um aumento da detecção mensal em 270 vezes. Em 2021 foram registrados 65.421 casos, 5.452,1 casos mensais e 436,59 casos/100.000hab. detecção mensal 3495 vezes superior ao ano pré-pandêmico. Estes números evidenciam como a magnitude das SRAG foi claramente impactada com a chegada da COVID-19 no estado, tendo em vista que o agente etiológico predominantemente causador da SRAG foi o SARcov2 sendo responsável 62,1% dos casos em 2020 e 75,5% em 2021. O desfecho clínico das infecções também apresentou repercussão importante pela COVID-19. A proporção de casos que evoluiu para o óbito passou de 10% em 2019, para 35% em 2020, e 28% em 2021 evidenciando a maior gravidade das SRAG causadas pelos SARS-cov2 em relação às ocasionadas por outros agentes etiológicos. Conclusão: A COVID -19 impactou no padrão das SRAG no estado da Bahia aumentando a sua magnitude e gravidade. Conhecer a mudança do padrão da ocorrência da SRAG, contribui para o planejamento de ações a curto e médio prazo nos diferentes níveis de gestão. Palavras-chave COVID-19, Pandemia, epidemiologia, Vigilância epidemiológica