Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
DESCRIÇÃO DE FUNÇÕES DE COLABORADORES TERCEIRIZADOS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO FEDERAL SOB O OLHAR DE RESIDENTES EM GESTÃO HOSPITALAR PARA O SUS
Paula Karyne Nunes Silva, Julia Maria Vicente Assis, Julia Maria Vicente Assis, Ternize Mariana Guenkka, Ternize Mariana Guenkka, Rogério Di Loreto Lourenção, Rogério Di Loreto Lourenção, Rafael Taveira Siqueira, Rafael Taveira Siqueira, Thais Flavia Nogueira Goncalves Pereira, Thais Flavia Nogueira Goncalves Pereira, Helder Cassio De Oliveira, Helder Cassio De Oliveira

Última alteração: 2022-02-10

Resumo


APRESENTAÇÃO: A contratação de colaboradores terceirizados está presente na totalidade dos Hospitais Universitários Federais para a consecução dos seus serviços de atividades meio. Esta alternativa mostra-se viável do ponto de vista financeiro considerando o teto de gastos, principalmente no que tange a folha de pagamento. Entretanto, em alguns casos, uma gestão ineficiente nessa prestação de serviços terceirizados pode comprometer tanto o orçamento como a qualidade administrativa e assistencial. Assim, o objetivo da pesquisa foi identificar as dificuldades encontradas neste processo de trabalho, baseado na visão dos colaboradores terceirizados e análise interpretativa dos resultados. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido por residentes em gestão hospitalar no Hospital Universitário Júlio Muller localizado em Cuiabá - MT. Foram realizadas entrevistas no período de 13 de outubro de 2021 a 10 de novembro de 2021, com os colaboradores terceirizados. As entrevistas foram conduzidas individualmente, protegendo a identidade e ponto de vista de cada colaborador, orientadas por meio de um questionário semiestruturado, onde constavam perguntas a respeito de sua formação, tempo de atuação no hospital e atividades desempenhadas. Ainda foram comparadas as atividades descritas pelos profissionais com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Todos os dados foram mantidos em sigilo. RESULTADOS: Foram entrevistados 137 colaboradores, atuantes nas funções de agente de portaria, auxiliar administrativo, almoxarife, arquivista, laboratorista, digitador, editor de texto e imagem, maqueiro, mensageiro, recepcionista e secretário. Durante as entrevistas, percebeu-se que a maioria das funções é exercida por mais de um colaborador, que há colaboradores sobrecarregados por exercerem atividades que não fazem parte do seu contrato de trabalho. Em alguns casos, o número de colaboradores e horários em que estavam escalados não condiziam com o fluxo de trabalho, provocando em alguns períodos, número de colaboradores insuficientes para a realização das atividades e, em outros, colaboradores ociosos, ambos os fatores comprometem o processo de trabalho. Além disso, alguns trabalhadores sentiram vontade de verbalizar suas insatisfações com o trabalho, em relação ao pagamento de insalubridade; presença reduzida dos representantes da empresa e do próprio hospital; e, carência de estrutura física e materiais laborais adequados e suficientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados evidenciam lacunas nas ações de fiscalização e acompanhamento da execução do contrato por ambas as partes. As lacunas foram percebidas na desigual adequação de horários e falta de clareza na prestação de serviços, de acordo com as atividades rotineiras informadas; presença reduzida de representantes; e, pouca clareza no discurso dos trabalhadores, acerca dos papéis dos coordenadores da empresa e do hospital. Todos esses fatores contribuem para insatisfação dos terceirizados, ocasionando uma fragilidade institucional na entrega de serviço de qualidade. Portanto, apesar da contratação de colaboradores terceirizados ser uma alternativa financeiramente viável, no hospital esta medida não está sendo amplamente efetiva, pois percebe-se lacunas no quadro de funções e de pessoas. Os achados incluídos neste encontram-se em um relatório entregue aos Gestores Hospitalares responsáveis, que a partir de então poderão elaborar um plano de ação para ajustar essas deficiências.