Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-01-25
Resumo
INTRODUÇÃO: o osteossarcoma é uma neoplasia maligna de etiologia desconhecida que acomete os tecidos ósseos e cartilaginosos articulares, sendo caracterizado por tumores compostos de células pleomórficas fusiformes capazes de produzir uma matriz osteóide. É mais prevalente na população infantojuvenil (0 a 19 anos de idade), e comumente encontrado na extremidade de ossos longos, como a região distal do fêmur, úmero ou região proximal da tíbia. Os sinais e sintomas mais comuns são: dor intensa, edema, fraturas patológicas e limitação de movimentos. OBJETIVO: relatar as complicações tardias associado ao diagnóstico de osteossarcoma em menor de 11 anos. METODOLOGIA: trata-se de um relato de experiência, realizado a partir da coleta de dados de prontuários e exame físico observacional, durante o estágio da disciplina de UTI pediátrica e neonatal do curso de enfermagem em um hospital público do oeste do Pará, no período de outubro de 2021. RESULTADOS E DISCUSSÃO: menor E. F, indígena, 11 anos de idade, deu entrada no hospital no dia 13|08|21 devido a trauma durante jogo de futebol. No entanto, teve evasão hospitalar devido a família optar por dar início a tratamento de método religioso e pajelância. Após 47 dias de evasão, retornou para internação e, a partir da realização de novos exames, obteve diagnóstico de osteossarcoma. Devido a evolução da doença e a expansibilidade da lesão, após 22 dias de internação o paciente foi encaminhado ao centro cirúrgico para realizar a amputação do membro inferior direito. Ao implementar a sistematização da assistência de enfermagem foram elencados os diagnósticos prioritários com foco nas complicações que pudessem interferir no prognóstico do paciente. Dentre elas, destacam-se o risco de infecção devido a pressão exercida sobre a pele durante a amputação do membro e a presença da incisão cirúrgica. Os aspectos psicológicos, que são relevantes tanto para família quanto para o paciente, visto que eles podem ser afetados de forma significativa e induzir a quadros de tristeza, depressão, ansiedade, exclusão social e impotência. A dor do membro fantasma, que acomete a maioria dos pacientes que realizaram amputação, levando a episódios de dor aguda por meses ou anos. A formação de neuromas, também caracterizado por quadros dolorosos e sensação de choque e dificuldade em adaptar-se às próteses que cumpram uma função orgânica e psicossocial de forma adequada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: este relato evidencia os principais riscos de complicações que podem comprometer a vida de um paciente e familiares diante da gravidade da doença, e principalmente pela não adesão do tratamento de forma correta, isso pode resultar em situações irreversíveis para o paciente, envolvendo os aspectos sociais. Ademais, observa-se também, a necessidade de preparação do paciente e familiares, como sendo os principais responsáveis por dar suporte e incentivar a readaptação do menor na sociedade. É necessário também a inclusão de uma equipe multiprofissional qualificada para dar suporte na recuperação e reabilitação, ofertando um cuidado multiprofissional de qualidade que contribua para a melhor qualidade de vida do paciente.