INTRODUÇÃO: Os territórios quilombolas caracterizam-se por agrupamentos populacionais com traços e aspectos étnico-raciais específicos. Tais agrupamentos, são símbolo de resistência à escravidão impostas à população negra no passado. Os quilombolas ainda permanecem à margem da sociedade, existindo lacunas nas necessidades básicas como a saúde, educação e saneamento. Neste contexto, essas comunidades sofrem com a dificuldade tradicional no acesso à saúde, representando maior vulnerabilidade em especial para as crianças, influenciando assim, diretamente nos seus índices nutricionais e desenvolvimento. OBJETIVOS: Relatar a experiência dos discentes de enfermagem durante as ações de saúde em territórios quilombolas pautadas na avaliação e orientação nutricional para crianças no interior da Amazônia. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, da modalidade relato de experiência, durante ações itinerantes de saúde nos territórios quilombolas do município de Santarém–PA, desenvolvidas por discentes de enfermagem da Universidade do Estado do Pará. As atividades ocorreram de agosto a dezembro de 2021 em quatro territórios. Assim sendo, o relato de experiência representa a reflexão sucinta que descreve os aspectos mais relevantes e pertinentes sobre experiência vivenciada e que contribuirão com estudos futuros, expondo assim, as formas metodológicas utilizadas durante as atividades e as considerações que a vivência proporcionou aos que a presenciaram. RESULTADOS: A participação dos discentes ocorreu de forma voluntaria através de um convite da Federação quilombola de Santarém. Antecedendo as atividades nos territórios, os graduandos foram orientados e treinados para desenvolver as atividades de práticas nos territórios, tais como: Orientação educativa coletiva, verificação de pressão arterial, teste de glicemia capilar, peso, altura, Índice de Massa Corporal (IMC), tipagem sanguínea/Fator RH, coleta de exame ginecológico e consulta de enfermagem. Nesse interim, os serviços foram ofertados para todas as faixas etárias. No que tange as crianças, as ações pautaram-se na avaliação do IMC, com orientações cuidadosa e interativa, para aquelas com os valores fora do desejável, sobre a importância dos hábitos nutricionais saudáveis no desenvolvimento delas, assim como, a continuidade desses hábitos, para as que estavam com um bom perfil nutricional. Ressalta-se que, durante toda a interação com as crianças e pais, teve-se a preocupação e zelo em adequar as orientações de acordo com a linguagem e realidade delas, para que assim, ocorresse uma maior adesão ao que foi repassado. Dessa forma, percebeu-se que as ações tiveram um resultado satisfatório, uma vez que, as pessoas participaram ativamente, evidenciado pela grande procura aos serviços ofertados nas ações. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Portanto, o acolhimento e orientação nutricional, em especial para as crianças, em eventos como esse, torna-se indispensável, haja vista o impacto que este possui sobre o desenvolvimento delas.  Dessa maneira, os acadêmicos de enfermagem perceberam, o quão relevante foi vivenciar tal experiência, por permitir um maior contato com a comunidade e contribuir para formação profissional dos mesmos.