Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-01-28
Resumo
Apresentação:
A cárie de mamadeira é uma doença crônica comum na infância que, quando não tratada, pode acarretar consequências como dor, perda dentária prematura com efeitos de mastigação comprometidas, perda de autoestima e dano à dentição permanente. Sendo este um tema extremamente relevante, por meio deste trabalho ocorrido na Unidade Básica de Saúde (UBS) São Geraldo no Município de Mantenópolis. O objetivo deste trabalho é relatar uma história clínica de contexto odontológico e tem a finalidade de expor as dificuldades do profissional cirurgião-dentista com poucos recursos.
A prevenção da cárie de mamadeira começa com a conscientização da gestante, cuidados com a higiene, dieta e de acordo com a literatura vários fatores devem ser levados em consideração para definição do tratamento da cárie de mamadeira, tais como a idade, o nível de cooperação da criança, os custos do tratamento, aspectos culturais, condição socioeconômica da família, experiência e recursos do dentista.
Em crianças onde as lesões de cáries são muito extensas, a exodontia acaba sendo uma alternativa viável, visando eliminar os focos de infecção dentária, eliminando infecção e alívio de dor, bem como comprometimentos à dentição permanente futura.
Desenvolvimento:
Este é um relato de caso de uma criança arredia com dor nos dentes, que foi levada à UBS São Geraldo por sua tia, detentora legal de sua guarda, após o assassinato do pai e prisão de sua mãe. A tia relatou o descaso dos pais com a criança e usos abusivo de álcool e drogas pela mãe, inclusive durante a amamentação. A criança tem hábitos de dieta inadequada, higiene bucal e situação sócio-econômica precárias. Ao exame clínico, a paciente tinha os elementos dentários 51, 52, 61, 62 com grande comprometimento por cárie de mamadeira, gengiva hiperplásica e fístulas purulentas na região, além de apresentar também outros elementos comprometidos.
A paciente vivia em um ambiente hostil e não recebia muitas possibilidades de cuidado. Foram analisados os possíveis planos de cuidado e tratamentos, mas, no contexto, optou-se pelo tratamento mais invasivo, com exodontias e sem a possibilidade de receber tratamentos mais conservadores. Optou-se pela orientação da responsável sobre a importância da prevenção, cuidados com a saúde bucal da criança e orientação sobre a dieta.
Resultados:
Após 15 dias de realizações das exodontias, a tia relatou que a criança está se alimentando melhor, está mais calma, sem dores ou incômodos ao mastigar.
Foram introduzidos novos hábitos criança na criança e no contexto familiar, o que acarretou em mais qualidade de vida para a criança e para a família.
Considerações Finais:
A Atenção Primária em Saúde (APS) é a porta de entrada para os usuários, onde deveriam ter seus atendimentos solucionados. A falta de estrutura física, insumos, infraestrutura das unidades de saúde e estradas de acesso podem mostrar que, na prática isso não ocorre, principalmente nos municípios do interior.
Condições socioeconômicas desfavoráveis e a falta de atenção especializada (CEO) em muitos municípios de pequeno porte dificultam o encaminhamento para procedimentos odontológicos mais conservadores, ficando o manejo de cuidado restrito à UBS.