Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-01-24
Resumo
Introdução: A escola é espaço propício de ressignificação das práticas de promoção de saúde, percebe a construção de posicionamentos e desdobramentos relacionados com os determinantes sociais de saúde que visibilizam a discussão de temáticas que permeiam os sujeitos envolvidos. (SCARPINI et al, 2018). Diante disso, pontua- se, o Programa Saúde na Escola (PSE), instituído pelo Decreto nª 6286/2007, articulou a saúde no meio escolar, como uma estratégia de ampliação de prevenção e promoção à saúde focadas para identificação de fatores predisponentes e de risco à doença e/ou agravos, avaliar o crescimento-desenvolvimento, como também a visibilizarão os casos de violações de direitos da Criança e Adolescente. (BRASIL, 2007) Entende-se, por conseguinte, nesse contexto, a atuação de enfermagem empossado com cuidado sistemático e metodológico, relacionado com a sistematização da assistência de enfermagem, que é um processo de organização e de planejamento para o processo de enfermagem. Favorece-se na produção de conhecimentos e competências que visam a prevenção e proteção de agravos, como também, abrange o suporte de relatos dos casos de vulnerabilidades, apresentadas no período da infância e/ou adolescência que foram negligenciados e/ou não-denunciados. (ASSUNÇÃO et al, 2020). Logo, somando a isso, com o código ético da categoria e o Estatuto da Criança e Adolescente, ratifica o prosseguimento e notificação da Coordenação da Escola e o Conselho Tutelar para a investigação destes casos, impulsam na resolutividade e redução de consequências importantes desenvolvidas para estas vítimas que sofreram e/ou sofrem o crime. Objetivo: Relatar a experiência de atuação de enfermagem em ambiente escolar para um caso de abuso sexual não denunciado. Descrição da Experiência: Trata-se de estudo descritivo, tipo relato de experiência de acadêmicos de enfermagem da Universidade Federal do Pará, referente da Atividade Curricular Semi-internato de Saúde Coletiva em Escola Pública da região metropolitana de Belém, no período de novembro-dezembro de 2021. A coleta de dados foi realizada em uma consulta de enfermagem, por turma agendada no espaço reservado e individualizado na escola. Usando um instrumento criado no Microsoft Excel e baseado nos manuais, estudos e leis a atenção à saúde integral da criança e ao adolescente aos parâmetros de crescimento e desenvolvimento ao aluno e aspectos físicos e psíquicos, avaliando os problemas achados, posteriormente, usando Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem (CIPESC) para o Plano de Cuidado de Enfermagem. O atendimento da enfermagem para adolescente foi avaliada em espaço escolar iniciando com a mensuração das medidas antropométricas, no espaço separado com a balança e a fita métrica para mensurar a massa corporal de 56,6 kg, altura de 1,47m e o Índice de massa Corporal (IMC) de 26,19 kg/m². Avaliando paralelemente os gráficos de IMC x Idade e o Peso x Idade que não apresentam inadequações aos parâmetros. Posteriormente, encaminhada para o espaço restrito para coleta do histórico de enfermagem, preenchimento do instrumento criado para a avaliação dos acadêmicos. Momento do qual eram feitos perguntas objetivas e escuta ativa ao sujeito para questões relacionados a temáticas pertinentes a fase etária pertencente. Observou-se no exame físico cefalopodálico, usando as propedêuticas de inspeção e a ausculta, por conta do espaço escolar, sem alterações, porém nas características das necessidades básicas humanas modificação no domínio de sono e repouso alterado. Na última etapa do preenchimento do instrumento das questões sociais-emocionais obteve o relato do abuso sexual aos 6 anos de idade por irmão da avô paterna sofrido que não ocorreu denúncia e acompanhamento psíquico e/ou de outros setores. Logo, impulsou na sensibilização de um diálogo com vinculo profissional e adolescente para as inquietações e receios nos aspectos de vestimenta, sociabilidade a imagem masculina, isolamento promovido dos pais e/ou responsáveis aos familiares e atividades recreativas focadas aos recursos tecnológicos e domésticos. Diante do histórico avaliado pela enfermagem foram traçados os problemas, diagnósticos, intervenções e a avaliação, observando três aspectos a Saúde do adolescente: crescimento e desenvolvimento do adolescentes, direitos e as violações à integridade física-psicológica-emocional aos adolescentes e a Educação em saúde em foco a faixa etária. Logo, o processo de enfermagem estruturou nos seguintes diagnósticos de enfermagem: 1) Crescimento do adolescente adequado, 2) Acne, 3) Ingesta Hídrica inadequada, 3) Sono inadequado, 4) Atividade física inadequada, 5) Abuso sexual, 6) Tomada de decisão prejudicada a adolescentes vítima de abuso sexual, 7) Solidão, 8) Auto-imagem prejudicada, 9) Eliminações urinárias adequadas, 10) Evacuações adequadas, 11) Autocuidado adequado, 12) Estado Vacinal adequado, 13) Maturidade feminina adequado. Destes diagnósticos estruturou um plano de cuidado seguindo a CIPESC, pensando na orientação no momento da consulta, encaminhamento para Conselho Tutelar e Serviço Social, repassado para a coordenação da Escola e o registro do histórico de enfermagem para a adolescente no instrumento. Resultados/ Impactos: Entende-se que a enfermagem organiza e planeja as ações de cuidado seguindo ao achados visíveis, possíveis e prováveis com ações pontuais de orientação, a necessidade de encaminhamentos e registros cruciais para o desfecho da assistência de enfermagem no ambiente escolar para a vinculação de Unidade Básica de Saúde com a escola. Isto, revela a importância da intersetorialidade e ações de educativas na faixa etária nas escolas pelos profissionais de saúde, por conta de estratégica e investigativa do PSE. Pontua-se também, o aprendizado e envolvimento de ações promoção e prevenção de saúde promissoras de mudanças de hábitos de vida deletérios para a qualidade e bem-estar da saúde. Com a exemplo os fatores biopsicossociais junto com temáticas relevantes para a discussão e diálogo ao grupo em questão, como uso de drogas e álcool, casos de abusos sexuais, bullying, educação sexual, gravidez na adolescência, Imunização entre outros, impulsionam a autorreflexão e a conscientização aos sujeitos para problemas e vivenciadas na família, amigos e a condição dos hábitos de vida. Além disso, o cuidado de enfermagem estruturado e organizado favorece no ensino aprendizagem do acadêmico de formação profissional focada para os objetivos da resolutividade das questões do sujeito, a partir da atuação holística e respeitando as leis e as diretrizes de assistência de saúde ao adolescente dentro do meio escolar pela dinâmica e o envolvimento favorável de vínculo e Empoderamento dos adolescentes observado na consulta na escola. Considerações Finais: Por fim, o atendimento de saúde no espaço escolar para os acadêmicos contribui no processo de aprendizagem de avaliação clínica, relacionado com os aspectos biológicos-psíquicos-sociais inseridos no desenvolvimento e no crescimento. Como também, viabilizou uma atuação da enfermagem que ultrapassou a função de avaliação de saúde, partilhou um fluxo de saúde e escola como intermédio de fatores intrínsecos dos usuários em questão, com os encaminhamentos aos outros profissionais e vínculo de Estabelecimento de Saúde a Escola. Logo, a contribuição das consultas de enfermagem permitiu o debate dentro do espaço escolar e da saúde, como também encaminhamentos de saúde focados para o crescimento e desenvolvimento do (a) adolescente, visando um cuidado holístico e a multiplicadores e/ou interventores de informações e hábitos saudáveis à saúde aos usuários e os familiares.