Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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CUIDADO DE ENFERMAGEM EM MEIO ESCOLAR NO CASO DE ABUSO SEXUAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Jainara de Souza Araújo, Ingrid Cristina Siraides dos Anjos, Ana Carla Cavalcante Ferreira, Maria Luiza Maués de Sena, Emily Emanuele da Silva Pedrosa, Brenda Caroline Martins da Silva, Ana Paula Ribeiro Batista, Tarcisio Feijó da Silva

Última alteração: 2022-01-24

Resumo


Introdução: A escola é espaço propício de ressignificação das práticas de promoção de saúde, percebe a construção de posicionamentos e desdobramentos relacionados com os determinantes sociais de saúde que visibilizam a discussão de temáticas que permeiam os sujeitos envolvidos. (SCARPINI et al, 2018).  Diante disso, pontua- se, o Programa Saúde na Escola (PSE), instituído pelo Decreto nª 6286/2007, articulou a saúde no meio escolar, como uma estratégia de ampliação de prevenção e promoção à saúde focadas para identificação de fatores predisponentes e de risco à doença e/ou agravos, avaliar o crescimento-desenvolvimento, como também a visibilizarão os casos de violações de direitos da Criança e Adolescente. (BRASIL, 2007) Entende-se, por conseguinte, nesse contexto, a atuação de enfermagem empossado com cuidado sistemático e metodológico, relacionado com a sistematização da assistência de enfermagem, que é um processo de organização e de planejamento para o processo de enfermagem. Favorece-se na produção de conhecimentos e competências que visam a prevenção e proteção de agravos, como também, abrange o suporte de relatos dos casos de vulnerabilidades, apresentadas no período da infância e/ou adolescência que foram negligenciados e/ou não-denunciados. (ASSUNÇÃO et al, 2020). Logo, somando a isso, com o código ético da categoria e o Estatuto da Criança e Adolescente, ratifica o prosseguimento e notificação da Coordenação da Escola e o Conselho Tutelar para a investigação destes casos, impulsam na resolutividade e redução de consequências importantes desenvolvidas para estas vítimas que sofreram e/ou sofrem o crime. Objetivo: Relatar a experiência de atuação de enfermagem em ambiente escolar para um caso de abuso sexual não denunciado. Descrição da Experiência: Trata-se de estudo descritivo, tipo relato de experiência de acadêmicos de enfermagem da Universidade Federal do Pará, referente da Atividade Curricular Semi-internato de Saúde Coletiva em Escola Pública da região metropolitana de Belém, no período de novembro-dezembro de 2021. A coleta de dados foi realizada em uma consulta de enfermagem, por turma agendada no espaço reservado e individualizado na escola. Usando um instrumento criado no Microsoft Excel e baseado nos manuais, estudos e leis a atenção à saúde integral da criança e ao adolescente aos parâmetros de crescimento e desenvolvimento ao aluno e aspectos físicos e psíquicos, avaliando os problemas achados, posteriormente, usando Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem (CIPESC) para o Plano de Cuidado de Enfermagem. O atendimento da enfermagem para adolescente foi avaliada em espaço escolar iniciando com a mensuração das medidas antropométricas, no espaço separado com a balança e a fita métrica para mensurar a massa corporal de 56,6 kg, altura de 1,47m e o Índice de massa Corporal (IMC) de 26,19 kg/m². Avaliando paralelemente os gráficos de IMC x Idade e o Peso x Idade que não apresentam inadequações aos parâmetros. Posteriormente, encaminhada para o espaço restrito para coleta do histórico de enfermagem, preenchimento do instrumento criado para a avaliação dos acadêmicos. Momento do qual eram feitos perguntas objetivas e escuta ativa ao sujeito para questões relacionados a temáticas pertinentes a fase etária pertencente. Observou-se no exame físico cefalopodálico, usando as propedêuticas de inspeção e a ausculta, por conta do espaço escolar, sem alterações, porém nas características das necessidades básicas humanas modificação no domínio de sono e repouso alterado. Na última etapa do preenchimento do instrumento das questões sociais-emocionais obteve o relato do abuso sexual aos 6 anos de idade por irmão da avô paterna sofrido que não ocorreu denúncia e acompanhamento psíquico e/ou de outros setores. Logo, impulsou na sensibilização de um diálogo com vinculo profissional e adolescente para as inquietações e receios nos aspectos de vestimenta, sociabilidade a imagem masculina, isolamento promovido dos pais e/ou responsáveis aos familiares e atividades recreativas focadas aos recursos tecnológicos e domésticos. Diante do histórico avaliado pela enfermagem foram traçados os problemas, diagnósticos, intervenções e a avaliação, observando três aspectos a Saúde do adolescente: crescimento e desenvolvimento do adolescentes, direitos e as violações à integridade física-psicológica-emocional aos adolescentes e a Educação em saúde em foco a faixa etária. Logo, o processo de enfermagem estruturou nos seguintes diagnósticos de enfermagem: 1) Crescimento do adolescente adequado, 2) Acne, 3) Ingesta Hídrica inadequada, 3) Sono inadequado, 4) Atividade física inadequada, 5) Abuso sexual, 6) Tomada de decisão prejudicada a adolescentes vítima de abuso sexual, 7) Solidão, 8) Auto-imagem prejudicada, 9) Eliminações urinárias adequadas, 10) Evacuações adequadas, 11) Autocuidado adequado, 12) Estado Vacinal adequado, 13) Maturidade feminina adequado. Destes diagnósticos estruturou um plano de cuidado seguindo a CIPESC, pensando na orientação no momento da consulta, encaminhamento para Conselho Tutelar e Serviço Social, repassado para a coordenação da Escola e o registro do histórico de enfermagem para a adolescente no instrumento. Resultados/ Impactos: Entende-se que a enfermagem organiza e planeja as ações de cuidado seguindo ao achados visíveis, possíveis e prováveis com ações pontuais de orientação, a necessidade de encaminhamentos e registros cruciais para o desfecho da assistência de enfermagem no ambiente escolar para a vinculação de Unidade Básica de Saúde com a escola. Isto, revela a importância da intersetorialidade e ações de educativas na faixa etária nas escolas pelos profissionais de saúde, por conta de estratégica e investigativa do PSE. Pontua-se também, o aprendizado e envolvimento de ações promoção e prevenção de saúde promissoras de mudanças de hábitos de vida deletérios para a qualidade e bem-estar da saúde. Com a exemplo os fatores biopsicossociais junto com temáticas relevantes para a discussão e diálogo ao grupo em questão, como uso de drogas e álcool, casos de abusos sexuais, bullying, educação sexual, gravidez na adolescência, Imunização entre outros, impulsionam a autorreflexão e a conscientização aos sujeitos para problemas e vivenciadas na família, amigos e a condição dos hábitos de vida.  Além disso, o cuidado de enfermagem estruturado e organizado favorece no ensino aprendizagem do acadêmico de formação profissional focada para os objetivos da resolutividade das questões do sujeito, a partir da atuação holística e respeitando as leis e as diretrizes de assistência de saúde ao adolescente dentro do meio escolar pela dinâmica e o envolvimento favorável de vínculo e Empoderamento dos adolescentes observado na consulta na escola. Considerações Finais: Por fim, o atendimento de saúde no espaço escolar para os acadêmicos contribui no processo de aprendizagem de avaliação clínica, relacionado com os aspectos biológicos-psíquicos-sociais inseridos no desenvolvimento e no crescimento. Como também, viabilizou uma atuação da enfermagem que ultrapassou a função de avaliação de saúde, partilhou um fluxo de saúde e escola como intermédio de fatores intrínsecos dos usuários em questão, com os encaminhamentos aos outros profissionais e vínculo de Estabelecimento de Saúde a Escola. Logo, a contribuição das consultas de enfermagem permitiu o debate dentro do espaço escolar e da saúde, como também encaminhamentos de saúde focados para o crescimento e desenvolvimento do (a) adolescente, visando um cuidado holístico e a multiplicadores e/ou interventores de informações e hábitos saudáveis à saúde aos usuários e os familiares.