Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
CUIDADO DE ENFERMAGEM A UM ADOLESCENTE COM EPIDERMÓLISE BOLHOSA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Jainara Araújo, Ingrid Cristina Siraides dos Anjos, Ana Carla Cavalcante Ferreira, Maria Luiza Maués de Sena, Emily Emanuele da Silva Pedrosa, Brenda Caroline Martins da Silva, Ana Paula Ribeiro Batista, Silvia Cristina Santos da Silva

Última alteração: 2022-01-24

Resumo


Introdução: O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Epidermólise Bolhosa Hereditária e Adquirida (PCDTEBHA), criado em 2019, definiu a Epidermólise Bolhosa (EB) como doença rara, a qual pode ser de características genéticas ou de caráter autoimune, havendo diversas classificações para o surgimento das bolhas e erosões no órgão pele. (BRASIL, 2014 a & Brasil 2019).  E, desse modo, como estratégia de intervenção e assistência de saúde ao grupo em questão, a Portaria Conjunta Nª 11 de 26 de junho de 2020, apresenta a mecanismo de controle, avaliação e regulação para gestores de saúde estaduais e municipais, mas também estabelece os critérios de acompanhamento, diagnóstico e tratamento da doença (Brasil, 2020 & BRASIL, 2014 b). De tal forma que o trabalho tem intuito mostrar a sistematização da assistência de enfermagem, usando as referências bases e as orientações do PCDTEBHA para um cuidado de enfermagem, direcionado ao processo assistencial holístico. Objetivo: Realizar uma sistematização da assistência de enfermagem a uma adolescente com epidermólise bolhosa. Descrição da Experiência: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência. O qual desenvolveu-se na prática hospitalar da atividade de semi-internato de pediatria, no período de 4 dias, em um hospital público do município de Belém, no estado do Pará. A construção do estudo a partir de um diálogo com a responsável do adolescente, elencando os seguintes pontos: Histórico de enfermagem referente à patologia e o Exame físico. Posteriormente,  a análise das acadêmicas dos registros do prontuário, objetivando identificar as principais necessidades afetadas do paciente. Utilizou-se como parâmetro para definição do diagnóstico de enfermagem a North Diagnosis Association - International ( NANDA-I), e a Nursing Interventions Classification (NIC) que organiza as intervenções de enfermagem. Histórico de Enfermagem: O diagnóstico de EB, ocorreu no primeiro ano de vida, apresentado nas regiões planto-palmares, emergindo no segundo ano de vida para outras regiões do corpo e face. O prosseguimento do tratamento é feito na estrutura hospitalar utilizando os medicamentos padrões para controle da patologia, antibióticos para o tratamento da pneumonia e pomadas específicas para a pele, faz acompanhamento constante com o dermatologista.  Ao avaliar o exame físico no sentido cefalopodálico, apresentou as seguintes alterações na inspecção: lesões em couro cabeludo e mucosa nasal com a presença de ferimentos, no toráx com presença de lesões bolhosas e feridas. Na ausculta cardíaca com bulhas cardíacas, normofonéticas, rítmica e sem sopros e Pulmonar, com murmúrios vesiculares presentes e com ausência de ruídos adventícios. Palpação e Percussão sem alterações ou presença de massas, com abdômen plano, ruídos hidroaéreos presentes. Na avaliação das necessidades humanas básicas, está aceitando a dieta via oral, evacuação ausentes a três dias, sono e repouso preservados. Diante o quadro clínico separamos oito problemas apresentados, destes foram traçados os seguintes diagnósticos de enfermagem com seus respectivos planos de cuidados: 1) Risco de infecção; 2)Risco de Lesão por Pressão (LPP); 3) Dor crônica; 4) Integridade da pele prejudicada; 5) Motilidade gastrintestinal desequilibrada e Nutrição desequilibrada: menor do que as necessidades corporais; 6) Mobilidade física prejudicada e Risco de síndrome do desuso; 7)Padrão respiratório ineficaz e Risco de intolerância à atividade; 8) Comunicação verbal prejudicada e Risco de baixa autoestima crônica. A intervenção de enfermagem: 1) Monitoração Nutricional e Saúde Oral; Controle de Infecção; Identificação de Risco; Controle de Medicamentos; 2) Realizar mudança de decúbito a cada 2 horas, prevenindo o surgimento de lesões por pressão; Orientar binômio mãe-filho; 3) Controle da dor; Controle do ambiente e conforto; Administração de analgésicos prescritos; Monitorização  e controle de SSVV; Musicoterapia e/ou Aromaterapia; 4) Controle do prurido; Cuidados com a pele; Tratamento tópicos; Supervisão da pele; Cuidados com lesões causadas pelas bolhas; Escutar ativamente binômio mãe-filho; 5) Identificar os fatores (p. ex., medicamentos, repouso no leito e dieta) que possam causar ou contribuir para a constipação; Encorajar o aumento da ingestão de líquidos, a menos que contraindicado; Orientar o paciente/família sobre o uso adequado de laxantes; Planejar em conjunto com a equipe multiprofissional ,intervenções para amenizar a constipação; 6) Monitorar o sistema locomotor , equilíbrio e o nível de fadiga com a deambulação; Auxiliar  os pais e adolescente a fixar metas realistas de participação; Cooperar com outros profissionais no planejamento de programas relativos à prevenção de lesões; 7) Monitorar condições indicativas de adequação de suporte ventilatório não invasivo (p. ex., exacerbações agudas de DPOC) asma, edema pulmonar não cardiogênico e cardiogênico, insuficiência respiratória aguda por pneumonia adquirida na comunidade, síndrome da hipoventilação por obesidade, apneia obstrutiva do sono); 8) Monitorar o estado emocional do paciente; Encorajar a verbalização de sentimentos, percepções e preocupações; Registrar a interpretação dos desenhos ou criação artística feitos pelo paciente; Monitorar a redução do volume exalado e o aumento da pressão inspiratória; Monitorar níveis de oxigenação. As avaliações para os respectivos diagnósticos foram: 1) Supervisão da pele, mucosa oral, sinais flogísticos e a Medicação tópica; 2) Supervisão e o controle da deambulação; 3) Nível de Dor; Sinais vitais; Conforto do paciente ambiente e o corpo; Tratamento por meio da utilização de analgésicos. 4) Supervisão da pele, mucosas e controle de curativo adequado para evitar lesões; Biossegurança nos procedimentos contra infecção; Supervisão dos materiais de curativos; 5) Monitorar o aparecimento de sinais e sintomas de constipação; 6) Estimular a supervisão adequada do treinamento, da recreação e dos eventos competitivos; Instruir sobre métodos para ajustar a experiência de emoção forte (p. ex., treino de assertividade, técnicas de relaxamento, escrita de diário, recreação); Estimular socialização com outras crianças e adolescentes; 7) Monitorar os sinais flogísticos, respiração e oxigenação; 8) Avaliar as relações interpessoais e o convívio social. Com isso, espera-se ter os seguintes resultados: melhorar no quadro clínico e conforto com ao adolescente portador da doença rara. Resultados e/ou Impactos: Nessa perspectiva, a assistência de enfermagem promoveu as etapas como do diagnóstico, intervenção, avaliação e resultado esperado ao paciente, direcionando o cuidado e assistência focada as necessidades e achados, mas também a importância de sistematização de assistência de enfermagem a doença rara que devem seguir o PCDTEBHA. Pontua-se, a aprendizagem ao acadêmico no raciocínio clínico e a organização de dimensionamento de cuidado e intervenções necessárias para o paciente com doença rara, observando as predisposição de algumas doenças e complicações no espaço hospitalar e biopsicossocial. Considerações finais: Por fim a contribuição do estudo para a formação acadêmica permitiu a sensibilização para uma intervenção e o planejamento de cuidado diferenciado aos usuários de doenças raras, correspondendo uns dos critérios da diretrizes curriculares nacionais que ressalta a importância, que o processo de aprendizagem nas mais diversas doenças possuem protocolos fechados e tratáveis. Dessa maneira,  a compreensão de um dos tipos de doenças raras, que  possuem um protocolo de cuidado assegurado pelo Sistema Único de Saúde, deste o  tratamento e a assistência  aos usuários com a PCDTEBHA promovem a ampliação e reflexão de profissional mais capacitado as necessidades dos serviços de saúde no Brasil. Além disso, o processo de enfermagem é crucial para o usuário com EB e o aprendizado dos acadêmicos, pois prevalece a Sistematização da Assistência de Enfermagem, os critérios de ações preventivas, detecção precoce de problemas e involução de sinais e/ou sintomas da doença, na assistência de tratamento tópicos e ações curativas, isto, promover o desenvolvimento reflexivo-crítico para avaliação clínica