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A COVID-19 é uma infecção que atinge o sistema respiratório, com transmissão aérea do vírus. Assim, técnicas de higiene das mãos e cuidados ao tossir e/ou espirrar ajudam a prevenir sua disseminação. Possui mecanismos patológicos e de transmissão não elucidados em sua totalidade, com descobertas científicas constantes, sobretudo frente ao surgimento de variantes. A comunicação em saúde da população sobre a doença é assaz importante, tendo em vista as crescentes campanhas de desinformação e fake News que interferem com a adesão das pessoas à vacinação e as medidas sanitárias recomendadas. Esse estudo visa analisar como a população dos territórios de abrangência da APS no Distrito Federal percebe e traduz em práticas do cotidiano nos âmbitos individual, familiar e coletivo as medidas de prevenção e controle do COVID-19, a fim de dimensionar o universo informacional relativos às medidas de prevenção e controle da COVID-19 acessadas pelas famílias. Além disso, conhecer o grau de credibilidade que a população atribui às informações disponíveis de prevenção e controle da COVID-19. Utiliza-se uma abordagem qualitativa-descritiva. Como parte de um estudo multicêntrico, utilizamos uma amostragem por conveniência, composta por 14 participantes usuários dos serviços de uma Unidade Básica de Saúde do Distrito Federal, denominada Policlínica do Lago Sul. Para isso, foram realizadas entrevistas em abril de 2020, utilizando questionário semiestruturado. Os áudios foram transcritos, analisados em seu conteúdo e categorizados segundo as tecnologias/arranjos em corpus textuais, utilizando o software IRAMuTeQ (versão 0.7 alpha 2) para análises qualitativas em duas dimensões do conteúdo textual das entrevistas, sendo a) Classificação Hierárquica Descendente (CHD), para o reconhecimento do dendrograma com classes emergentes, desconsiderando as palavras com χ² < 3,80 (p < 0,05) e b) Análise de Similitude para identificação das ocorrências e conexidades entre as palavras, ampliando a compreensão do corpus textual analisado. A análise de CHD determinou a presença de 5 classes, sendo: Classe 1 (18.4%) relativa à percepção de mudança da realidade e saudosismo para o período anterior à pandemia; Classe 2 (19.4%) relativa às características informacionais de prevenção à covid-19; Classe 3 (14.9%) refere-se aos hábitos pessoais de prevenção; Classe 4 (12.9%) refere-se às medidas de prevenção tidas como essenciais; Classe 5 (20.4%) relativa às questões políticas que cercam a pandemia; Classe 6 (13.9%) refere-se às crenças pessoais, religiosas e medicinais envolvidas com a prevenção e tratamento da covid-19. Quando à Análise de Similitude, observa-se que há um termo central que se destacam nos discursos: “Não”. Dele se ramificam outras palavras que sugerem significados mais detalhados como “Distanciamento Social” – apontado por muitos participantes como a mais difícil medida de prevenção. Observamos “Usar máscara”, “Higienizar mãos” e “Álcool gel” como ramificações externas, articuladas localmente. Conclui-se que a população estudada apresenta perfil informacional heterogêneo, com presença de adesão às principais medidas preventivas. Apesar disso, revela descrença quanto ao isolamento social, considerada como radical por alguns participantes. Os resultados também sugerem desencontro de informações sobre a COVID-19 vinda das entidades governamentais.