Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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IMPLEMENTAÇÃO DO ESCRITÓRIO DE GESTÃO DE ALTAS EM HOSPITAL PÚBLICO DE RETAGUARDA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Andre Wajner, Ana Catarina Storari, Flavia Loureiro, Ana Paula Andreatta, Caroline Rosso, João Gabriel Alves, Fabrício Fonseca, Cassiana Prates

Última alteração: 2022-01-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: O Escritório de Gestão de Altas (EGA) é um setor hospitalar que tem como missão proporcionar a desospitalização dos pacientes de forma qualificada e diminuir o tempo de internação através de ações voltadas a eficiência dos processos institucionais. É atribuição do EGA agilizar os processos que dificultam o fluxo do paciente, tanto no que se refere a processos de diagnóstico e tratamento quanto na relação do hospital com a rede de atenção à saúde (RAS). Este estudo objetiva relatar a implantação do EGA no Hospital Estadual de Atenção Clínica, instituição com 100 leitos clínicos e 50 psiquiátricos. DESENVOLVIMENTO: Em junho de 2021, iniciou-se a consultoria visando à implantação do EGA, que é uma etapa do Projeto de Implementação de Núcleos Internos de Regulação (NIR) no Espírito Santo, mediante assessoria de uma empresa especializada em Soluções para a Saúde. O método consiste em três etapas: Na primeira, a partir de visita presencial da consultoria, o foco foi identificar a maturidade da cultura  institucional quanto à desospitalização mediante análise da composição e estrutura do NIR, equipes assistenciais e de apoio, análise diagnóstica de diretrizes e protocolos relacionados à regulação e desospitalização, análise diagnóstica das demandas urgentes e efetivas no processo de regulação dos leitos, identificação da estrutura física para a alocação do EGA e identificação de indicadores de pendências para a desospitalização. Na etapa de implementação, foram realizadas entrevistas para seleção dos profissionais a compor o EGA, capacitação dos mesmos e demais profissionais da instituição, implantação de ferramentas de melhoria como rounds multidisciplinares, Kanban e checklists para alta, bem como a gestão das pendências para a alta. Para a operacionalização, constituíu-se uma equipe composta por um enfermeiro, um médico, um auxiliar administrativo e um assistente social. Na consolidação, foram definidos indicadores, mensurados a partir de uma tabela de demandas. Os indicadores de produção foram segmentados em tipo de origem (ativa ou passiva). Os indicadores de eficiência estão vinculados à tipologia de atendimentos realizados, sendo categorizados pela pendência do paciente. RESULTADOS: entre o período de julho a dezembro de 2021, foram inseridas 100 pendências, sendo 43% identificadas de forma passiva e 57%, ativa. O tempo mediano de resolução da pendência foi de 1,7 dias e a alta do paciente ocorreu em 0,9 dias após a resolução da pendência. Por se tratar de um Hospital de retaguarda, a maioria das pendências são sociais.  Dessa forma, houve uma atuação qualitativa no EGA em relação a desospitalização, culminando em redução do tempo de internação e aumento do giro de leitos. Na enfermaria arte capixaba composta por 20 leitos, as saídas aumentaram de 17 em outubro para 28 em dezembro de 2021, acréscimo de 64 %.  Na unidade poesia de 25 leitos, o aumento foi de 12 saídas em outubro para 22 em dezembro de 2021 (83%).  Na unidade pintura, esse número aumentou de 07 para 18 saídas no mesmo período (257%). CONCLUSÃO: O EGA contribui para a redução do tempo de permanência, aumento do giro de leito e melhoria nos processos de qualidade assistencial.