Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Padrões espaciais da mortalidade infantil em Santa Catarina, 2018 a 2019
Daniel Hideki Bando, Jane Kelly Oliveira Friestino, Mariana Rangel Garcia, Breno Binotti Souza Camargo, Roseli Rezende, Priscila Maria Stolses Bergamo Francisco

Última alteração: 2022-01-18

Resumo


Introdução: A taxa de mortalidade infantil é um indicador que reflete não só as condições de saúde de crianças, como também: saúde materna, qualidade dos serviços de saúde, condições sociais, econômicas e ambientais de determinado local. O presente estudo tem como objetivo analisar o padrão espacial da taxa de mortalidade infantil, bem como identificar agrupamentos de risco e proteção desse indicador no estado de Santa Catarina.

Método: Trata-se de um estudo ecológico exploratório e descritivo, utilizando como base de análise os 295 municípios do estado de Santa Catarina. Para cálculo da mortalidade infantil considerou-se óbitos em menores de um ano de idade/mil nascidos vivos. As informações foram obtidas pelo Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), e pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), os quais são dados secundários de bancos oficiais do Ministério da Saúde. As informações foram extraídas por municípios no período de 2018 a 2019. A taxa de mortalidade infantil foi calculada utilizando os óbitos em menores de um ano no período, dividido pelo número de nascidos vivos de mães residentes da mesma localidade e ano, multiplicado por 1.000. A análise espacial da mortalidade infantil foi baseada em mapas temáticos coropléticos. Para a identificação de agrupamentos de risco e proteção relacionados à mortalidade infantil foi utilizado o teste de varredura espacial. Os dados de entrada constituem-se do número de nascidos vivos, de óbitos infantis e as coordenadas geográficas dos centróides de cada município. O tamanho máximo do agrupamento foi definido como até 25% do total de nascidos vivos. O nível de significância adotado foi de 0,05.

Resultados: No período estudado ocorreram 1.892 óbitos infantis e 197.638 nascidos vivos, o que corresponde a uma taxa de 9,6 óbitos/mil nascidos vivos. Em 54 municípios dispersos pelo estado não houve registro de óbito infantil. A taxa de mortalidade infantil variou de 2,2 óbitos/mil nascidos no município Morro da Fumaça a 54,8 óbitos/mil nascidos no município de Saltinho. A análise visual exploratória não revelou um padrão espacial com agrupamentos bem demarcados. Foram observados pequenos núcleos dispersos formados pelo conjunto de até 07 municípios com elevadas taxas, em áreas correspondentes às Macrorregiões de Saúde Grande Oeste e Meio Oeste e Serra Catarinense. Constatado também alguns núcleos de municípios com baixas taxas na porção Leste do estado de Santa Catarina. O teste de varredura espacial ajudou a clarificar os padrões espaciais. Foi identificado um agrupamento de risco formado por 19 municípios localizado à Sudeste da Macrorregião de Saúde, Meio Oeste e Serra Catarinense (Risco Relativo [RR] = 1,61) e um agrupamento de proteção formado por 08 municípios à Leste da Macrorregião de Saúde, Grande Florianópolis (RR = 0,73).

Considerações finais: Foi observado um agrupamento de risco para mortalidade infantil à Sudeste da Macrorregião de Saúde Meio Oeste e Serra Catarinense e um agrupamento de proteção à Leste da Macrorregião de Saúde Grande Florianópolis. Novos estudos são necessários para identificar associações com indicadores sociais e de saúde para ajudar a explicar esses padrões.