Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A POPULAÇÃO NEGRA E O ACESSO À SAÚDE PÚBLICA DE QUALIDADE EM TEMPOS DE PANDEMIA DO COVID-19: UMA REVISÃO DA LITERATURA
Maria Clara Dos Santos Salgado, Fabiane Corrêa do Nascimento, Matheus Sallys Oliveira Silva, Juliane Nascimento Costa, Danielly Lima Clauss, Michelly Da Cruz Gonçalves, Bianca Mayana Ribeiro Reis, Renê Silva Pimentel

Última alteração: 2022-02-03

Resumo


Apresentação: A pandemia da COVID-19 foi declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 11 de março de 2020, devido ao grande número de infectados no mundo, com incidência em muitos países, muitos casos de óbitos e tratamento incerto da enfermidade, na qual países desenvolvidos e subdesenvolvidos sofreram com as incertezas da doença, que afetou os sistemas de saúde, economias e a sociedade em geral. Nesse sentido, populações de minoria como negros, indígenas, moradores de rua e outros, sofreram grandes impactos devido a discriminação, omissões, negligência e violação de direitos à saúde, condutas excludentes e do racismo institucional, as quais colocam a cor da pele como um determinante social da saúde, que repercute na dificuldade de acesso aos atendimentos , na escassez de informações , no déficit na qualidade do cuidado e da assistência especialmente à população negra no Brasil, resultando em elevados índices de iniquidades em saúde e morbimortalidade. Desse modo, o presente artigo tem como objetivo analisar as desigualdades de acesso aos serviços de saúde pela população negra brasileira ao longo da pandemia do COVID-19. Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão da literatura, do tipo descritiva. Realizou-se a busca de artigos incluídos no período de maio de 2020 a dezembro de 2021, nas bases de dados SciELO e LILACS. Dos 22 artigos encontrados, 8 atenderam ao critério de inclusão, que consistia em estudos gratuitos e alinhados ao objetivo da pesquisa. Resultados: conforme os artigos analisados, a pandemia tem sido um desafio para países que apresentam profundas desigualdades sociais e econômicas entre os segmentos da população. No Brasil, devido à ausência das informações desagregadas por raça ou etnia ou que quando coletadas apresentam um preenchimento precário, sabe-se que os negros irão sofrer com maiores impactos da pandemia e seus vários desfechos negativos. Sob essa análise, o processo infectocontagioso do coronavírus não se restringe a um grupo populacional específico por razões fisiopatológicas, mas alerta para a dinâmica social do adoecimento ao se intercruzar os determinantes sociais com marcadas iniquidades em saúde que potencializam a exposição de pessoas negras e maior taxa de morbimortalidade no contexto da pandemia da COVID-19. Considerações finais: Nesse contexto, a pandemia da Covid-19 tem revelado que os grupos populacionais que são historicamente negligenciados, que possuem baixa proteção ao emprego e não tem acesso adequado a cuidados de saúde acessíveis estão entre os mais atingidos. Assim, faz- se necessário a conscientização tanto da população como do poder governamental acerca das vulnerabilidades de negros e negras em relação à saúde, visando políticas públicas incisivas e efetivas para se reduzir tais desigualdades.

 

Palavras chaves: COVID-19, saúde pública, população negra.