Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Reflexões coletivas sobre direitos sexuais e sexualidades no circulo de paz
Maria Eugenia Chaves Franca, Rocio Elizabeth Chavez Alvarez, Tamine Habib Silva Camera Leal, Dandara Silva Oliveira

Última alteração: 2022-01-24

Resumo


Sexualidade é, segundo a Ooganizacao Mundial de Saude, a forma de sentir, de se movimentar  e como as pessoas tocam e são tocadas. Em outras palavras, a atração física e afetiva que se sente por outras pessoas, bem como a ato de ter relações sexuais. Na Saúde Coletiva a abordagem sobre sexualidade, gênero e direitos sexuais tem sido estimulada durante a formação uma vez que objetiva-se profissionais com conhecimentos para promoção, prevenção e gestão dos sistemas de saúde com abordagem dos indivíduos em sua integralidade. Este relato se refere à oficina realizada pelas autoras no III Simpósio de Saúde Coletiva do Sul da Bahia, intitulada “Roda sobre sexualidade: prazer, sou o clitóris”. A metodologia utilizada foi o circulo de paz, uma pratica comumente associada à justiça restaurativa a qual busca reforçar uma cultura de direitos humanos. Ao se ampliar a abordagem jurídica sobre os direitos em uma perspectiva multi e transdisciplinar, discute-se direitos humanos pela perspectiva das relações humanas. Na metodologia do circulo preza-se pela horizontalidade dos saberes, cada integrante traz suas experiências, igualmente acolhidas pelo coletivo, reconhecidas em suas particularidades e diversidades. Possui suas bases advindas dos povos originários. O objetivo é construir conhecimento de forma coletiva e estimular a reflexão. A oficina foi iniciada com o relato de uma profissional de saúde sobre vivencias e desafios da abordagem de sexualidade durante consultas e outras oficinas sobre sexualidade. Foi utilizado o modelo anatômico do clitóris, irônica e simbolicamente danificado em uma oficina previa. Em seguida o grupo foi estimulado a compartilhar suas experiências por meio de rodadas com as seguintes perguntas norteadoras: como estou me sentindo hoje sobre a vivencia de minha sexualidade? Como foi a abordagem da sexualidade na minha infância e adolescência? Quais pessoas se envolveram, pais, amigos, escola, serviço de saúde? Você já conversou sobre isso em algum espaço? Quais as estratégias para enfrentar questões, duvidas ou problemas relacionadas a sexualidade hoje? Como eu espero que os outros lidem com minha sexualidade e como eu lido com a sexualidade dos outros? O que considero que seja viver plenamente a sexualidade? Ao final das partilhadas os participantes foram convidados a relatar o que levavam do circulo dando forma à nuvem de palavras com as seguintes palavras em destaque: Autoconhecimento, acolhimento, troca, prazer, auto aceitação, pandemia, respeito, diversidade, bem-estar, felicidade, libido, tabu e vida. A experiência da oficina trouxe a reflexão coletiva da importancia das trocas na formacao do conhecimento e enriquecimento das perspectivas e da necessidade de que este campo de discussões seja aprimorado tanto em serviços de saúde e educação como nos currículos de graduação em saúde para que consigamos ultrapassar os preconceitos, violências e o binarismo presentes em uma sociedade heteronormativa, capacitista e sexista.