Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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REFLEXÕES ACERCA DA SAÚDE DA POPULAÇÃO LGBTQIA+ NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: UM DIÁLOGO MULTIPROFISSIONAL.
DANIELA DOS SANTOS, Aline das Neves Cordeiro, Juliana Cotting Teixeira, Lara Irene Leite da Costa

Última alteração: 2022-01-21

Resumo


O objetivo deste trabalho é descrever a atividade de educação permanente apresentada pelas residentes do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família, da Universidade Federal do Rio Grande sobre saúde da população LGBTQIA+ (Lésbica, Gay, Bissexual, Transexual, Transgênero, Travesti, Queer, Intersexo, Assexual e mais todas as possibilidades de orientação sexual e identidade de gênero). Em março de 2021, ingressaram no programa quatro profissionais (duas enfermeiras,  uma profissional de educação física  e uma psicóloga). As atividades práticas das residentes são desenvolvidas em uma Unidade de Saúde da Família, que atende uma população adscrita de aproximadamente 4.000 pessoas. Durante as vivências, foi percebido a dificuldade de determinados/as profissionais em tratar sobre questões de gênero e sexualidade no âmbito da saúde. A exemplo disso, informações como orientação sexual, nome social e identidade de gênero são dados não preenchidos nos cadastros das (os) pacientes no sistema G-MUS. Por defender um Sistema Único de Saúde para todas e todos, visando um atendimento humanizado, seguindo os princípios de equidade, universalidade e integralidade, bem como,  fundamentadas pela Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Lésbicas, Gays, Bisexuais, Transexuais e Travestis, decidimos  criar um espaço  de diálogo, troca de conhecimento, desconstrução e construção entre os (as) trabalhadores (as) da equipe. A proposta foi executada em junho de 2021, mês do orgulho LGBTQIA+, durante uma das  reuniões semanais  com toda a equipe da unidade. Participaram agentes comunitários de saúde, enfermeiras, médica, cirurgiã dentista, auxiliar de saúde bucal, técnicas de enfermagem, psicóloga e profissional de educação física. Para dar início à conversação e fomentar a discussão, foram apresentados alguns termos e siglas através de slides exibidos em retroprojetor e dois vídeos de curta duração sobre saúde da população LGBTQIA+.  De um modo geral, a equipe se mostrou aberta ao diálogo e bastante interativa no debate. Considera-se que esse trabalho foi um importante meio de provocar a reflexão dos profissionais atuantes no Sistema Único de Saúde sobre a assistência prestada as pessoas LGBTQIA+, e assim contribuir para qualificar a assistência e combater a  discriminação, o preconceito e reduzir as iniquidades nos serviços de saúde.