A pandemia do COVID-19 impactou a forma como estratégias de saúde são desenvolvidas, devido ao negacionismo, fake news, desassistência e dificuldade de acesso a insumos básicos de higiene e prevenção do contágio. Mobilizados pelo contexto, os estudantes extensionistas do Laboratório de Estudos em Atenção Primária da Universidade Federal do Rio de Janeiro, dentre os quais estão os autores deste trabalho, produziram um programa de rádio intitulado “Sustentando a Vida” para transmitir informações sobre saúde pública sob uma perspectiva de cuidado humanizado e ampliado, pautado na ciência e ética científica para divulgação de informações. Dentre os episódios produzidos, vinte abordaram assuntos referentes à pandemia da Covid-19, com objetivo de informar, em linguagem acessível, sobre as implicações, tratamentos, formas de prevenção e vacinação contra a doença. Para isso, articularam-se os ensinamentos de Paulo Freire e bell hooks, nos quais a autonomia e liberdade surgem como potentes dispositivos pedagógicos de afeto. Nesse sentido, os episódios foram construídos coletivamente pelas/os estudantes e professoras a partir de questões latentes na sociedade, mobilizados por notícias, vivências e diálogos com profissionais do SUS e usuários dos dispositivos da Atenção Básica, como luto e enfrentamento às fake news no cotidiano, temas que serviram como disparadores de discussões e culminaram na roteirização e gravação dos episódios. A partir disso, até o momento de escrita deste trabalho, foram veiculados vinte episódios com conteúdos sobre cuidado, prevenção e acesso ao SUS no contexto pandêmico na rádio UFRJ, no Spotify e no Spreaker, que possibilitaram a circulação de informações sobre saúde pública e a Covid-19. O processo de produção dos episódios se dá por meio de uma construção coletiva dos extensionistas do projeto, com roteirização, gravação e divulgação dos episódios, de forma que, além de fazer um trabalho de divulgação científica e combate às fake news, tem-se a criação de um espaço que privilegia o diálogo, empatia e afeto que, entrelaçados ao compromisso social e formador da Universidade Pública, possibilitam o protagonismo dos estudantes em ações de promoção de saúde e expansão das fronteiras da universidade pública.