Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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O TRABALHO DOCENTE E A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: REFLEXÕES PARA A SAÚDE MENTAL DOS TRABALHADORES
Natânia Candeira dos Santos, Carina Corrêa Bonates Campos, Weverton Silva Florentino, Geilsa Soraia Cavalcanti Valente, Elaine Antunes Cortez

Última alteração: 2022-02-01

Resumo


Apresentação: O trabalho docente é permeado por condições que levam tanto ao prazer como ao sofrimento, e tais conflitos influenciam diretamente nos processos de saúde-doença. Esses trabalhadores frequentemente queixam-se de sobrecarga de trabalho, insegurança, infraestrutura precária e demandas que extrapolam os muros do trabalho como causas importantes de sofrimento, e contraditoriamente, abordam o diálogo com os alunos como um prazer. A fragilidade em espaços de reflexão no trabalho pode ser um fator agravante para a manutenção de ambientes domesticadores, e nesta conjuntura, a educação permanente surge como uma estratégia que convida para transformações no cotidiano dos serviços através da aprendizagem significativa. Este estudo tem como objetivo refletir sobre a educação permanente em saúde no cotidiano do trabalho docente como estratégia para a promoção da saúde mental. Desenvolvimento: Trata-se de uma reflexão teórica, fundamentada pelo referencial político através da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, utilizando-se como fontes de dados, além da política, artigos científicos nas bases de dados PUBMED, LILACS, ERIC e no diretório acadêmico da SciELO. Tem-se como hipótese a ser explorada, a problematização através da educação permanente em saúde como estratégia para promoção da saúde mental de docentes. Resultados e/ou impactos: A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde entende que o ambiente de trabalho é um local em que não existe neutralidade, uma vez que as regras são perpetuadas ao longo do tempo, historicamente, e que tais demandas influenciam nas condutas dos trabalhadores. Neste sentido, modificar regras e ambientes engessados e contributivos para o adoecimento mental é desafiador, visto que exige pensamento crítico, reflexão conjunta e observação da realidade com vistas a transformação. O local de trabalho que gera adoecimento mental nos docentes vivencia dinâmicas próprias e continuamente perpetuadas. Neste sentido, a educação permanente em saúde insere-se nesse contexto a partir dos problemas existentes nesse meio, sendo reflexiva, participativa e coletiva, uma vez que convoca para que, conjuntamente, olhem para a realidade e atuem na construção de soluções para os problemas encontrados. A educação permanente em saúde pode favorecer na vida laboral desses profissionais e na prática libertadora através do fomento aos espaços de problematização das práticas e de valorização dos atores envolvidos nos processos de trabalho. Considerações Finais: Os locais de trabalho dos docentes podem, através da educação permanente, tornarem-se espaços de reflexão e problematização com vistas à saúde mental. Nessa perspectiva, é possível a implementação de rodas de conversa e/ou oficinas que possibilitem um diálogo entre pares para a construção de estratégias que tornem o ambiente de trabalho mais leve. Refletir sobre as práticas remete a um processo complexo, principalmente devido às demandas institucionais e normativas, entretanto, a promoção da autonomia para soluções compartilhadas pode ser buscada como uma proposta para a ação-reflexão-ação.