Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
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Perfil de usuários atendidos por teleconsulta de enfermagem em uma universidade federal
Última alteração: 2022-02-03
Resumo
As teleconsultas têm se mostrado ferramentas úteis para a manutenção do cuidado integral à saúde durante a pandemia, uma vez que, as altas taxas de incidência e mortalidade por COVID-19 no território brasileiro prevêem a adoção de estratégias assistenciais e de ensino que promovam segurança e redução de riscos à saúde de toda população. Este trabalho tem o objetivo de identificar o perfil dos usuários atendidos por teleconsulta vinculada ao consultório de enfermagem de uma Universidade Federal no interior do estado do Rio de Janeiro. Foram realizadas consultas remotas realizadas por docentes e discentes de um curso de graduação em Enfermagem e enfermeira de uma universidade federal. Foram ofertadas as teleconsultas nas áreas de Saúde sexual e reprodutiva, Intervenção breve para risco de uso de drogas, mulher em amamentação e Hipertensão e diabetes, conforme protocolos e preceitos éticos e legais da enfermagem. A obtenção de dados se deu por meio de formulário geral online gerado no google forms aplicado aos participantes antes da realização das teleconsultas no período de 1° de março de 2021 a 30 de dezembro de 2021. A amostra foi composta por 13 usuárias de teleconsultas de enfermagem, sendo 100% do sexo feminino com idade entre 21 a 50 anos e média de 32,7 anos. Quanto à orientação sexual, 73% declararam ser heterossexuais, e 46% informaram ser casadas. Em relação à cor autodeclarada, 46% eram da cor branca, 23% pardas e 23% pretas. A grande maioria dos respondentes apresentaram ensino médio completo (38%) e faixa de renda mensal de até 2 salários mínimos (69%). Quanto a demanda de procura do tipo de teleconsulta de enfermagem, notou-se que 38% foram para consulta em aleitamento materno, 31% para saúde sexual e reprodutiva, 23% para intervenção breve em uso de drogas e 8% para pessoa com diabetes e hipertensão. A maior parte (77%) das participantes era da comunidade externa à universidade. As mídias sociais e o contato com amigos/familiares foram os meios de comunicação para conhecer e receber indicação de procura pelo serviço, apenas uma usuária informou ter recebido informação pela comunidade acadêmica. O perfil identificado nesse estudo mostra que mulheres jovens adultas buscaram o serviço de teleconsulta como alternativa de assistência à saúde em atenção primária, por acesso a dispositivos e meios digitais. Houve dificuldades de alcance da comunidade da própria universidade, embora o serviço tenha sido direcionado principalmente a este público por meio de divulgação por redes sociais, aplicativos de mensagens instantâneas e canais da universidade por meio de redes sociais e e-mails. Há que se repensar em outras estratégias para alcance e interesse da comunidade acadêmica e administrativa da universidade mediante evidências sobre a necessidade de continuidade na oferta de ações de cuidado à saúde para este público, frente ainda aos desafios de aplicabilidade da medida de distanciamento social e redução da demanda presencial para evitar sobrecarga aos serviços de saúde devido à epidemia de COVID-19.