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Apresentação: A produção do cuidado em saúde se faz nos encontros entre trabalhadores de saúde e usuários quando, durante o diálogo, as necessidades, intenções e possibilidades de cuidados são apresentados. Contudo, para a pessoa surda, usuária da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), a interação pode encontrar barreiras comunicacionais devido às diferenças linguísticas que existem no encontro entre a língua oral e a língua gesto-visual. O objetivo deste trabalho é compartilhar a experiência da reflexão sobre a comunicação no processo de acolhimento dos surdos na pandemia do COVID-19, a partir da estratégia de EPS realizada com trabalhadores de um serviço de saúde. Desenvolvimento: Estudo qualitativo com perspectiva cartográfica utilizou como ferramenta de  pesquisa a usuária cidadã guia surda, desenvolvido nas dependências de um  Centro  de Especialidades em saúde de um município de grande porte  do Paraná no período de outubro/2020 a setembro/2021. As ações da estratégia de EPS foram desenvolvidas no referido serviço por ter sido o local onde a usuária narrou sua principal cena relacionada a barreira comunicacional ocorrida durante a pandemia por coronavírus. Resultado: Os encontros com os trabalhadores em saúde do referido serviço ocorreram no horário do expediente, a organização da sala e o posicionamento das cadeiras em formato de círculo possibilitaram o contato visual entre os participantes e cumpria com as orientações de segurança sanitária devido à pandemia. Na discussão emergiram os assuntos: conceito de acolhimento; o que seria uma pessoa surda e quais formas de comunicação e interação social que os surdos utilizam. Com a aproximação da temática, os trabalhadores identificaram formas de comunicação com o surdo mesmo sem o conhecimento da Libras. São elas: olhar para a pessoa surda durante o atendimento: a comunicação do surdo ocorre de maneira visual, sendo necessário o contato face a face para que expressões e leituras labiais sejam realizadas. Oralização: a leitura labial realizada durante a oralização é um recurso utilizado pela maioria das pessoas surdas, para que a leitura labial ocorra, apenas o emissor poderá retirar a máscara facial (equipamento de proteção individual) evitando contaminação da mesma, respeitando o distanciamento físico de 2 metros, e a permanência do uso da máscara pela outra pessoa. Utilizar a escrita: portugues escrito é alternativa para alguns surdos,  podem ser utilizados materiais que permitem a escrita. Utilizar aplicativos com avatares de tradução ou vídeo chamada com apoio de intérprete de Libras. Considerações finais: Discutir o processo de trabalho, bem como, as práticas desses trabalhadores possibilitou a troca de experiências e uma aprendizagem significativa sobre questões ligadas ao acolhimento da pessoa surda. Houve uma sensibilização da equipe na medida em que as formas simples de comunicação afloraram nas discussões e trazidas pelos próprios trabalhadores. Estes resultados reafirmam a importância da estratégia de EPS no cotidiano dos trabalhadores da saúde, principalmente, pela possibilidade de correção de erros conceituais e de mudanças nas práticas de saúde visando o acolhimento e a produção do cuidado da pessoa surda - enquanto usuário de saúde - mesmo em tempos de pandemia e para além dela.