Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Prevenção de câncer bucal na Atenção Primária à Saúde: abordagem baseada em riscos
Daniel Demétrio Faustino-Silva, Giovana Boff, Daniela Montano Wilhelms

Última alteração: 2022-01-21

Resumo


Apresentação: ainda que existem inúmeros avanços no conhecimento científico sobre o câncer de boca, percebe-se que o número de pacientes diagnosticados tardiamente permanece alto, assim como a sua morbimortalidade. Nesse sentido, é fundamental que dentistas e equipe de saúde saibam prevenir e diagnosticar as neoplasias orais precocemente, sem que ocorram atrasos no encaminhamento para o tratamento oncológico. É de suma importância a promoção de métodos de prevenção na atenção primária à saúde a partir de novos modelos como rastreamentos e tecnologias digitais. A partir desse contexto, é imprescindível conhecer o perfil populacional mais acometido pelo câncer bucal. O objetivo do trabalho foi apresentar reflexões e analisar a influência dos fatores de risco relacionados a essa neoplasia em um Centro de Referência para o tratamento deste câncer. Métodos: foi realizado um estudo quantitativo do tipo série histórica retrospectiva do período de janeiro de 2011 a dezembro de 2020 com dados obtidos do sistema de informações eletrônicas do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Foram selecionados todos CIDs de lesões malignas da região orofacial do período e realizada revisão de prontuário. Resultados: dos 644 usuários avaliados, quase 80% eram homens e a idade média da amostra foi de 58,6 anos, com predominância da raça branca e diagnóstico histológico de carcinoma epidermóide (71%). Dos pacientes que fizeram seguimento no serviço, 27% foram a óbito. Verificou-se, ainda, a presença relevante de álcool e tabaco como principais fatores de risco dos pacientes encaminhados para tratamento de câncer bucal. Existe um perceptível entrave referente ao preenchimento dos prontuários eletrônicos, prejudicando a continuidade do cuidado. Ainda existem barreiras a serem quebradas no que diz respeito ao próprio serviço de saúde e também limitações que precisam ser solucionadas. A educação e o conhecimento são ferramentas chaves para um novo olhar, tanto para os profissionais de saúde, quanto para usuários do serviço e sem dúvida para a gestão do cuidado em câncer bucal. Conclusões: ratifica-se a ideia da importância de um rastreamento do câncer bucal de forma sistematizada e preventiva, podendo ser incorporado às tecnologias digitais ou até mesmo do Sistema de Informação, onde comumente são gerados dados da população cadastrada na unidade pertencentes aos grupos de Ações Programáticas, onde seriam cadastrados usuários pertencentes ao grupo de risco, como tabagistas e etilistas e seriam monitorados com consultas odontológicas periódicas nas Unidades de Atenção Primária à Saúde.