Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Avaliação do grau de implantação da atenção regional ao parto e nascimento no Oeste da Bahia
Flavia Nogueira Reis Brito, Italo Ricardo Ricardo Santos Aleluia, Maria Fernanda Santos Gomes, Sabrina Miranda de Abreu Castro

Última alteração: 2022-01-23

Resumo


O parto e nascimento requer a organização do cuidado em saúde de forma descentralizada e regionalizada, conforme as diretrizes do SUS. Por outro lado, milhares de partos e nascimentos ocorrem em todo território nacional, ao longo dos anos. Esse número tem se concentrado, sobretudo no Sudeste e Nordeste do Brasil. Nessa direção, o Ministério da Saúde brasileiro implantou iniciativas importantes, objetivando garantir estrutura adequada de atenção perinatal, mas persistem índices significativos de morbimortalidade materna e infantil. Diversos estudos apontam que a organização regional da atenção ao parto e nascimento ainda é incipiente, envolvendo fragilidades desde o pré-natal, com peregrinação das gestantes em diferentes serviços nas regiões de saúde. Ainda que sejam identificados diversos estudos envolvendo o tema, evidencia-se lacunas do conhecimento sobre a falta de abordagem dos gestores municipais das secretarias municipais de saúde e representações regionais de saúde. Poucos trabalhos também investigaram o fluxo regional de gestantes para maternidades de alto risco, não condizentes com indicações das autoridades de saúde e com o planejamento estabelecido entre os gestores municipais e regionais. Com isso, torna-se fundamental a análise da implantação de políticas de saúde como a Rede Cegonha, que preconiza uma atenção ao parto estruturado em contextos regionais com poucas evidências como é o caso do Oeste da Bahia. O estudo tem como objetivo central avaliar o grau de implantação da atenção regionalizada ao parto e nascimento no Oeste da Bahia. Trata-se de uma pesquisa do tipo avaliativa com abordagem qualitativa e nível de análise único: a macrorregião de saúde, com uma arquitetura fundamentada na díade ‘estrutura-processo’. Os resultados alcançados permitiram identificar um percentual de 64,8% (181,5 pontos) de implantação da atenção perinatal regionalizada, sendo classificada como intermediário. O componente com maior grau de implantação foi qualificação profissional (obteve nota máxima) e o com menor grau de implantação foi a gestão regional. Quanto ao grau de implantação dos componentes, a atenção perinatal (70%), qualificação profissional (100%) e vigilância sanitária (70%) foram considerados implantados, enquanto que os demais, infraestrutura (64,3%), planejamento e pactuação regional (64%), e gestão regional (50%), foram considerados implantados parcialmente. Nenhum dos critérios foi considerado não implantado. Observou-se avanços significativos com relação a qualificação profissional, ao passo que variáveis que envolvam questões estruturais, pactuação e planejamento regional, e gestão regional evidenciam uma logística regional deficitária, resultando em fragmentação da assistência regional ao parto e nascimento e desarticulação das ações entre as microrregionais envolvidas. Ademais, o processo de regionalização da rede de atenção estudada, está sendo efetivado com avanços, sobretudo por meio da implementações de estratégias que promovam a efetivação das diretrizes da Rede Cegonha.