Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-01-25
Resumo
Apresentação: A atividade de tornar o conhecimento público tem crescido consideravelmente nos últimos anos visando socializar o conhecimento científico. A Anatomia Humana, sendo uma das disciplinais básicas a todos os cursos da área da saúde, é considerada fundamental na formação profissional; mas, é possível também, que difundir o seu conhecimento à comunidade pode atuar no sentido de estimular o estudo na área de Biologia, o contato com a ciência, a aproximação com uma Instituição de Ensino Superior (IES) e com a profissionalização da área da saúde, além de incentivar o maior conhecimento sobre o próprio corpo. Nesse contexto, os museus de ciências são espaços que promovem a divulgação científica e a cultura aos cidadãos, além de despertar o interesse pela ciência. Ações no sentido de ampliar o conhecimento e o acesso ao acervo do Museu de Anatomia são praticadas por Instituições de Ensino Superior (IES) que se preocupam não somente em difundir o conhecimento do organismo, mas em reforçar as transformações sociais a partir da aproximação entre a comunidade e a ciência. Diante do exposto, o objetivo principal do estudo consiste em realizar a catalogação digital da coleção museológica de fetos preservados no Museu de Anatomia de uma faculdade de Ciências da Saúde do Espírito Santo com a finalidade de promover difusão científica.
Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, realizado a partir do acervo museológico pertencente a uma faculdade de Ciências da Saúde do Espírito Santo. Este estudo foi desenvolvido de acordo com os princípios científicos preconizados pela Resolução nº 466/12 do Ministério da Saúde/Brasil e aprovado pelo comitê de ética local, sob o parecer nº 5.004.696. Inicialmente foi realizada a identificação e registro dos itens da coleção de fetos do acervo, a partir da criação de um catálogo digital de termos e imagens dos fetos devidamente caracterizados. Além disso, mediante demanda, as peças foram restauradas, para melhor salvaguarda do acervo e para maior qualidade do registro digital.
Resultados: Dos 493 itens do acervo atual do Museu de Anatomia em questão, identificados 67 fetos (13,59%), os quais foram classificados da seguinte forma: 57 fetos apresentavam normalidade; um feto apresentava variação anatômica; três fetos, anomalia; e seis fetos, algum tipo de monstruosidade. Com variação anatômica, foi observado um feto com situs inversus totalis. Das anomalias, observaram-se dois fetos com nanismo e um feto com teratologia. Dos fetos com monstruosidade, foram identificados: um gêmeo parapago dicéfalico; um gêmeo toracópago; dois fetos anencefálicos; um feto sem a calvária craniana; e o outro crânio de feto com ciclopia. Dos todos os fetos analisados em nossa amostra, 35 (52,2%) deles precisavam de algum tipo de restauração para melhor conservação do corpo e/ou melhor salvaguarda do acervo.
Considerações finais: É relevante e urgente a realização da identificação, catalogação digital e restauração das peças de potencial museológico das IES, pois dessa maneira o acervo será mais funcional e, portanto, mais utilizado, através de visitas guiadas ou exposições presenciais, permitindo a produção e a difusão do conhecimento científico.