Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Hipomineralização das Cúspides de Molares – Relato de Caso Clínico em Atenção Primária à Saúde
Arianne Miranda Ferreira, Elisa Prezotto Giordani, Jamille de Freitas Barolo, Laíza Brito Teixeira, Maria Aline Brandão Sousa, Marilza Cotta Lovatti, Patricia Albani Ferri, André Dias de Oliveira, Andreza de Oliveira Melo Souza

Última alteração: 2022-01-25

Resumo


Apresentação

Os dentes são revestidos por tecido mineralizado composto pelo esmalte dental. Ocorre que vez por outra, têm-se alterações na formação desse esmalte, acarretando em anomalias de esmalte. Essas anomalias percorrem estágios diversos da amelogênese, classificando-se sob designação de hipomineralizações e hipoplasias, há subclassificações.

O paciente afetado com hipomineralização das cúspides dos molares possuem defeitos no esmalte de um ou mais primeiros molares permanentes. O esmalte alterado pode assumir coloração branca, amarela ou marrom, com nítida demarcação entre o defeito e o esmalte normal circundante. Muitas vezes o esmalte envolvido é macio e poroso, semelhante a giz ou a um queijo holandês velho (“molares em queijo”).

O esmalte dos molares afetados é muito frágil e pode fraturar com facilidade. Muitas vezes, são sensíveis ao frio, calor ou trauma mecânico. A escovação é frequentemente dolorosa fazendo com que o paciente a evite. Como esperado, a falta do esmalte normal e higiene deficiente levam a rápido desenvolvimento de cárie. Durante a tentativa de tratamento odontológico, muitas vezes estes dentes alterados são muito sensíveis e difíceis de anestesiar.

A etiologia é desconhecida porém muitos pesquisadores acreditam que a condição resulte de uma influência sistêmica durante os primeiros anos de vida, coincidindo com o período de mineralização dos dentes afetados.

Desenvolvimento do trabalho

O presente artigo tem por objetivo descrever caso clínico de um jovem com diagnóstico de HMI (Hipomineralização das Cúspides de Molares), abordando características clínicas, diagnóstico diferencial, e tratamento indicado. Paciente 10 anos de idade, do gênero masculino, residente no bairro de Pitanga, município de Serra - ES, compareceu à clínica de odontologia em busca reabilitação dos primeiros molares os quais apresentavam ausência de restauração, provocando excessiva sensibilidade. Durante anamnese, ele relatou que já havia feito restaurações nestes dentes que “nasceram com sensibilidade”. No exame intraoral, observou-se incisivos com manchas brancas opacas e coloração amarelo-acastanhada e cavitação nos molares. O diagnóstico, considerado tardio, foi de HMI, depois de descartadas outras hipóteses diagnósticas.

Resultados e/ou impactos

O paciente e sua responsável foram informados sobre as alternativas de tratamento e foi autorizada restauração com ionômero de vidro em seus quatro primeiros molares. Foram programadas consultas para preservação do caso. Após 2 meses paciente retornou com restaurações insatisfatórias. Foi realizado forramento com ionômero de vidro forrador e reconstrução dos elementos dentários com restauração em resina composta.

Considerações Finais

O tratamento proposto com ionômero de vidro forrador e resina composta foi considerado mais eficaz para este caso, visto que, após 8 meses o paciente continua com as restaurações satisfatórias e sem queixas, além de ter sido preservado a estrutura dentária remanescente saudável.

O reconhecimento das características clínicas favorecem a escolha do tratamento adequado e minimizam os danos aos tecidos duros, seguindo protocolo atualmente recomendados.

Conhecendo as condições de saúde bucal do território de Atenção Primária à Saúde, visto que em atuação houve identificação de elevada prevalência de pacientes que apresentam hipomineralização de esmalte, sugere-se que partindo deste dado, seja recomendada uma reavaliação quanto a quantidade de flúor presente na água de abastecimento municipal.


 

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