Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PENSAMENTO CATASTRÓFICO SOBRE A DOR EM PACIENTES ASSISTIDOS NO SETOR DE TRAUMATO-ORTOPEDIA DE UMA CLÍNICA-ESCOLA DE FISIOTERAPIA
Rômulo Braga Amorim de Faria, Bruno Faluba Petronilho, Eder Antonio Ribeiro Carneiro, Letícia Ferraz Rodrigues da Silva, Mariana Martins de Souza Santos, Marcelo Dalla Bernardina de Almeida, Priscila Rossi de Batista

Última alteração: 2022-01-24

Resumo


Apresentação: A dor crônica, condição altamente prevalente na população mundial, está cada vez mais relacionada à redução da qualidade de vida e pelo aumento expressivo de licenças médicas e elevados custos socioeconômicos. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar e caracterizar o pensamento catastrófico sobre a dor em pacientes assistidos no setor de traumato-ortopedia de uma clínica-escola de Fisioterapia. Desenvolvimento do trabalho: Estudo transversal observacional, cuja amostra foi constituída pelos pacientes assistidos no setor de traumato-ortopedia da clínica-escola de Fisioterapia de uma instituição filantrópica do Espírito Santo, com dados coletados entre agosto e outubro de 2021. No primeiro momento, os participantes, após assinarem o TCLE, passaram pelos critérios de elegibilidade e tiveram registrados seus dados sociodemográficos e suas informações sobre saúde e doença. No segundo momento, os pacientes responderam: a Escala Analógica de Dor NR-11, para quantificar a intensidade da dor; o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), para identificar a presença de distúrbio do sono; e a Escala de Pensamento Catastrófico sobre a dor (B-PCS) para avaliar a catastrofização da dor. As variáveis foram analisadas descritivamente por meio de frequências e percentuais, utilizando-se o Software Microsoft Excel. Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética local, sob o parecer nº 4.815.997. Resultados: No total, foram avaliados 90 pacientes para o estudo, sendo que destes, 62 não compareceram e 7 não passaram pelos critérios de elegibilidade, restando, portanto, uma amostra de 21 pacientes. Possuíam média de idade de 48,9±14 anos e 62% do sexo feminino.  No geral, 62% dos indivíduos expressaram catastrofização da dor (B-PCS >30). Comparando a catastrofização da dor com as variáveis sociodemográficas, o sexo feminino, em comparação com o sexo masculino denotava mais pensamentos catastróficos (38%¨vs 24%). Os indivíduos autodeclarados como brancos e pretos expressaram, respectivamente, 19% e 14 %, sinais de catastrofização da dor. Em relação ao tipo do diagnóstico clínico, 14% dos indivíduos com catastrofização da dor possuíam doenças degenerativas. Os pacientes com hipertensão e diabetes, exibiram níveis de catastrofização da dor de 19% e 5% respectivamente. Os indivíduos com catastrofização da dor expressam uma alta intensidade da dor (B-PCS >30; 7,6 ± 1,8) comparando com aqueles que não tem pensamentos catastróficos (B-PCS <30; 5,3 ± 3,4). Ambos os grupos (B-PCS <30 e >30) apresentam distúrbios do sono, porém não houve diferença na pontuação da escala PSQI (10 ± 2,20; 11,8 ± 2,6). Considerações finais: A maioria ds pacientes assistidos no setor de ortopedia da clínica-escola de Fisioterapia do sexo feminino, assim como os autodeclarados brancos ou pretos apresentam maiores chances de desenvolver pensamentos catastróficos. Há uma relação entre as doenças degenerativas com a catastrofização da dor, como também foi detectado que os indivíduos hipertensos desenvolveram mais a catastrofização. Além disso, níveis elevados de intensidade da dor estão relacionados ao desenvolvimento dos pensamentos catastróficos e, por fim, existe uma relação entre os distúrbios do sono e a catastrofização, as quais devem ser melhores investigadas em pesquisas futuras de nosso grupo.