Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-01-24
Resumo
Apresentação: A dor crônica, condição altamente prevalente na população mundial, está cada vez mais relacionada à redução da qualidade de vida e pelo aumento expressivo de licenças médicas e elevados custos socioeconômicos. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar e caracterizar o pensamento catastrófico sobre a dor em pacientes assistidos no setor de traumato-ortopedia de uma clínica-escola de Fisioterapia. Desenvolvimento do trabalho: Estudo transversal observacional, cuja amostra foi constituída pelos pacientes assistidos no setor de traumato-ortopedia da clínica-escola de Fisioterapia de uma instituição filantrópica do Espírito Santo, com dados coletados entre agosto e outubro de 2021. No primeiro momento, os participantes, após assinarem o TCLE, passaram pelos critérios de elegibilidade e tiveram registrados seus dados sociodemográficos e suas informações sobre saúde e doença. No segundo momento, os pacientes responderam: a Escala Analógica de Dor NR-11, para quantificar a intensidade da dor; o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), para identificar a presença de distúrbio do sono; e a Escala de Pensamento Catastrófico sobre a dor (B-PCS) para avaliar a catastrofização da dor. As variáveis foram analisadas descritivamente por meio de frequências e percentuais, utilizando-se o Software Microsoft Excel. Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética local, sob o parecer nº 4.815.997. Resultados: No total, foram avaliados 90 pacientes para o estudo, sendo que destes, 62 não compareceram e 7 não passaram pelos critérios de elegibilidade, restando, portanto, uma amostra de 21 pacientes. Possuíam média de idade de 48,9±14 anos e 62% do sexo feminino. No geral, 62% dos indivíduos expressaram catastrofização da dor (B-PCS >30). Comparando a catastrofização da dor com as variáveis sociodemográficas, o sexo feminino, em comparação com o sexo masculino denotava mais pensamentos catastróficos (38%¨vs 24%). Os indivíduos autodeclarados como brancos e pretos expressaram, respectivamente, 19% e 14 %, sinais de catastrofização da dor. Em relação ao tipo do diagnóstico clínico, 14% dos indivíduos com catastrofização da dor possuíam doenças degenerativas. Os pacientes com hipertensão e diabetes, exibiram níveis de catastrofização da dor de 19% e 5% respectivamente. Os indivíduos com catastrofização da dor expressam uma alta intensidade da dor (B-PCS >30; 7,6 ± 1,8) comparando com aqueles que não tem pensamentos catastróficos (B-PCS <30; 5,3 ± 3,4). Ambos os grupos (B-PCS <30 e >30) apresentam distúrbios do sono, porém não houve diferença na pontuação da escala PSQI (10 ± 2,20; 11,8 ± 2,6). Considerações finais: A maioria ds pacientes assistidos no setor de ortopedia da clínica-escola de Fisioterapia do sexo feminino, assim como os autodeclarados brancos ou pretos apresentam maiores chances de desenvolver pensamentos catastróficos. Há uma relação entre as doenças degenerativas com a catastrofização da dor, como também foi detectado que os indivíduos hipertensos desenvolveram mais a catastrofização. Além disso, níveis elevados de intensidade da dor estão relacionados ao desenvolvimento dos pensamentos catastróficos e, por fim, existe uma relação entre os distúrbios do sono e a catastrofização, as quais devem ser melhores investigadas em pesquisas futuras de nosso grupo.