Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Pesquisa em saúde e o diálogo com o pensamento de Hannah Arendt: Uma revisão integrativa
Stephania Mendes Demarchi, Vania Carvalho de Araújo, Maria Angélica Carvalho Andrade

Última alteração: 2022-01-24

Resumo


Hannah Arendt é uma importante pensadora ao se estudar os mais diversos  temas como direito, totalitarismo, politica, cidadania, etc. Devido a genialidade da autora sobre os temas que decidiu refletir, suas obras são usadas em diversos campos da ciência, entre estes, o da saúde. Diante disso, Arendt pode contribuir para reflexão inovadora sobre desafios enfrentados nessa área. Assim este estudo, trata-se de uma revisão integrativa,  que tem como objetivo identificar como o pensamento de Hannah Arendt está sendo utilizado nas pesquisas em saúde. Para indicação da amostra, foi realizado busca por artigos científicos publicados em periódicos indexados nas bases eletrônicas de dados Medline, Lilacs, Bdenf, Pubmed e Scielo no período de outubro a dezembro de 2019. Foram utilizados, para busca dos artigos, os seguintes descritores/palavra-chave e suas combinações nas línguas portuguesa e inglesa: “Hannah Arendt”, “ Saúde”, “pesquisa”, “ciências humanas” AND “filosofia”.  Busca foi realizada pelo acesso on-line e a amostra final desta revisão integrativa foi constituída de 33 artigos. Os estudos foram desenvolvidos em 8 países: Brasil (61%), Alemanha (9%), Inglaterra, Argentina, Canada e Estados Unidos (6%, cada), África do Sul e Israel (3%, cada). No Brasil, os estudos se concentram em 8 estados, sendo São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro responsáveis por 70% da produção. Os estudos encontravam, em maioria disponíveis em português; sendo 15% disponíveis em português e inglês, 3% disponíveis em português/inglês e espanhol e 39% apenas em português, 33% apenas em inglês e 9% apenas em espanhol. Em relação aos autores: os enfermeiros, médicos e psicólogos, as profissões que mais se destacaram nesta produção. Entre os inúmeros conceitos trabalhados por Hannah Arendt, 15 foram os mais utilizados para embasar as ideias centrais do estudo, sendo violência, poder, banalidade do mal, política, espaço público e privado, labor, trabalho e ação, os mais citados. Sendo citados nas referências dos trabalhos 18 obras dessa autora, sendo as obras: Condição humana (59%), sobre a violência (19%), Entre passado e o futuro (22%), Responsabilidade e Julgamento (16%), Eichmann em Jerusalém (16%), Origem do totalitarismo (13%) e A vida do espirito (9%) os mais estudados. E os trabalhos se concentram em 5 temáticas: Trabalho da equipe de saúde, educação e formação na saúde, bioética, gestão em saúde e grupo especifico: Idosos, epiléticos, mulher, crianças obesas, deficientes, homens. De modo geral, as produções avaliadas propiciam uma análise sobre as contribuições que os pensamentos da Hannah Arendt podem oferecer as pesquisas em saúde. A diversidade da temática estudada demostra também a complexidade da área da saúde e mostra a autora como uma alternativa para enxergar e buscar razões mais profundas sobre várias demandas da saúde e que pode contribuir para uma nova forma de pensar sobre as demandas, já que na saúde coletiva o apoio filosófico tem um lugar privilegiado. Diante das reflexões encontradas foi possível perceber que Arendt pode contribuir para uma saúde mais humanizada, com apoio e incentivo a participação política, com menos violência, para saúde do trabalhador, para sua melhor formação acadêmica e melhor pratica desses profissionais.