Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A Educação Permanente em Saúde na promoção das mudanças dos processos de trabalho na gestão e no cuidado às pessoas em situação de violência interpessoal
SONIA MARIA MARIA FERNANDES DA COSTA SOUZA, Suzete Queiroz, Paola da Costa Silva, Darliane Dantas, Aline Tuane Oliveira da Cunha, Arianne de moura Soares, Rafaela Ingred da Silva, Carla Glenda Souza da Silva, Edinara Lina de Oliveira

Última alteração: 2022-07-04

Resumo


Apresentação: do que trata o trabalho e o objetivo

A Secretaria do Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP/RN), por meio da Coordenadoria de Atenção à Saúde/CAS, a Subcocordenadoria de Atenção Primária em Saúde e Ações Programáticas/SAPS, Núcleo Ciclos de Vida/Área Técnica de Saúde da Mulher; Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica - SUVIGE, Núcleo de Prevenção à Violência, Promoção a Saúde e Cultura de Paz; GT Intersetorial Cultura de Paz e a Diretoria de Políticas Intersetoriais e Promoção à Saúde - DPIPS/Unidade de Projetos Estratégicos Territoriais/UPET/SESAP, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - PET Interprofissionalidade, em função do aumento dos casos de violência interpessoal no RN, especialmente na pandemia pela COVID 19, elaborou a Nota Técnica 01/2020, para subsidiar acolhimento e o atendimento às pessoas em situação de violência, no contexto da  gestão e  da atenção à saúde, com foco  na Atenção Primária a Saúde , e a cartilha  de orientação e informação “ O SUS E A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER”.

Para poder apoiar as equipes multiprofissionais de saúde e da rede intersetorial foram realizados 09 encontros virtuais em 05(cinco) regiões de saúde do estado do RN, bem como para serviços especializados como o Centro Especializado em Reabilitação e o Hospital do Seridó, ampliando as portas de acesso para os usuários do Sistema Único de Saúde, sendo utilizado como  disparador para ativação dos diálogos os referidos materiais  supracitados,  entre outros referenciais,  e acima de tudo a singularidade e a experiência acumulada do coletivo de  profissionais  no contexto de suas práticas.

O referido trabalho tem como objetivo relatar uma experiência exitosa de Educação Permanente em Saúde e Educação Continuada para a gestão e atenção às pessoas em situação de violência interpessoal no Rio Grande do Norte.

 

Desenvolvimento do trabalho: descrição da experiência

Aos gestores cabe implantar e implementar os serviços de referência para situações de violência e demais serviços da rede intersetorial de saúde garantindo a prevenção, assistência e seguimento adequados, favorecendo o processo de construção de linha de cuidado nos diversos níveis de atenção (básica, média e alta complexidade) em seus territórios.

O enfrentamento da violência requer ação integrada intersetorial, envolvendo os profissionais da segurança pública, o judiciário, o serviço social, além da saúde. A abordagem deve dar ênfase à sensibilização e capacitação dos profissionais e das famílias, bem como dos grupos comunitários para lidarem com a questão da violência não apenas como um episódio isolado, mas como um problema que se prolonga por suas características culturais, sociais e pelas histórias familiares recorrentes.

A SESAP-RN na perspectiva de apoiar os serviços e seus territórios para o enfrentamento a violência de forma articulada e compartilhada realizou de 2020 a 2021  09 encontros virtuais com caráter de  EPS - Educação Permanente em Saúde  e  EC- Educação Continuada, visto  terem sido realizadas discussões  sobre o  acolhimento e atendimento às pessoas com deficiência em situação de violência, acolhimento e atendimento às pessoas em situação de violência interpessoal e autoprovocada, e os processos de trabalho envoltos nesse cuidado no contexto da gestão e da atenção,  a partir da singularidade dos sujeitos, do diálogo com a equipe multiprofissional, e a   articulação da rede de serviços de saúde e da rede intersetorial.

Nos encontros virtuais foram utilizados a ferramenta da sala virtual por meio da plataforma Google meet e do canal do RN MAIS SAUDÁVEL.

Os encontros contaram com o envolvimento do coletivo dos serviços de referência dos territórios, bem como das regionais de saúde, havendo ampla divulgação nas redes sociais, sendo articulado e mediado pela Área Técnica de Saúde da Mulher//SAPS/CAS; Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica – SUVIGE/Núcleo de Prevenção à Violência, Promoção a Saúde e Cultura de Paz; GT Intersetorial Cultura de Paz e a Diretoria de Políticas Intersetoriais e Promoção à Saúde - DPIPS/Unidade de Projetos Estratégicos Territorriais – UPET/SESAP.

Foram realizados o5 encontros com a equipe multiprofissional das regiões de saúde e da rede intersetorial, bem como 02 encontros com o Centro Especializado em Reabilitação e 02 com o Hospital do Seridó, acontecendo estes em dois turnos, com uma média de 08 horas para as trocas de saberes e compartilhamento de experiências, ainda com certificação dos participantes e mediadores.

 

 

Resultados e/ou impactos: os efeitos percebidos decorrentes da experiência ou resultados encontrados na pesquisa

 

Identificamos que a EP obteve uma ampla adesão por parte dos profissionais da gestão e da atenção à saúde, bem como da rede intersetorial, havendo mais de 690 inscritos, e com a participação de mais de 90% da equipe multiprofissional dos serviços de referência especializados como o Centro Especializado em Reabilitação e o Hospital  do Seridó.

Identificamos a partir dos encontros e das trocas e diálogos entre a equipe da rede de saúde e da rede intersetorial, um fortalecimento e uma maior interação entre os serviços e consequentemente uma melhoria no processo do cuidado, principalmente no que diz respeito a compreensão sobre a complexidade da violência, relevância da notificação compulsória, aproximação com a Nota Técnica 01/2020 e a cartilha “O SUS E A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER”, e da necessidade de um atendimento humanizado que não revitimize às pessoas em situação de violência, e  ainda com  a EP propiciou-se  o  acesso a serviços de referência para o atendimento a violência interpessoal em várias regiões de saúde,  fortalecendo assim a regionalização.

 

Considerações finais

 

O trabalho em equipe e compartilhado,  foi fundamental para o avanço no Estado do  Rio Grande do Norte sobre a temática da violência interpessoal e autoprovocada, a partir da priorização da EPS e EC, trazendo para o centro das rodas de conversa  a complexidade das violências, as singularidades dos sujeitos, as vulnerabilidades sociais, a relevância do diálogo em redes, a importância da rede intersetorial, e acima de tudo trouxe a marca indelével de que a violência não pode ser invisibilizada no cuidado em saúde, bem como deixou marcado o quanto se faz necessário  fortalecer a EPS  e EC sobre violência  para os espaços da interação ensino serviço e comunidade.