Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Os sentidos de uma experiência cotidiana do apoio institucional: a caminhada é outra coisa...
Fabiane Lima Simões, Jandesson Mendes Coqueiro, Maria Angélica Carvalho Andrade

Última alteração: 2022-01-20

Resumo


No cenário pandêmico, de muitas incertezas e perdas de vidas preciosas, ao contrário talvez, do imaginário consensuado pelo mundo real de caos e antiprodução, narrar as experiências, os encontros, os avanços e os fluxos de forças desafiadoras da institucionalização do Apoio Institucional, enquanto prática potente de gestão, pode inspirar coletivos e pessoas em projetos que envolvam essa prática, colaborando com a conformação de novos arranjos e práticas que contribuam com o cuidar em saúde, sob os reflexos da pandemia de COVID-19. A experiência a que nos propomos relatar teve por objetivo compartilhar síntese de aprendizagem desenvolvida em ambiente virtual, no processo de Apoio Institucional a uma região de saúde, no desenvolvimento do Projeto de Qualificação da Atenção Primária (QualisAPS) para qualificar a gestão e a assistência o âmbito das atividades da Secretaria de Saúde do DF (SES/DF), visando a melhoria dos serviços prestados na Atenção Primária a Saúde (APS), sob o olhar e impressões do apoiador institucional, profissional da área da saúde, sujeito implicado ao processo e ao sistema institucional com possibilidade de articular e integrar a execução das metas do projeto com os processos de trabalho da SES/DF e da região de saúde. A experiência desenvolveu-se tendo como ponto de partida, o acolhimento dos apoiadores institucionais pelos técnicos da SES/DF e ponto de chegada, o primeiro encontro entre o apoiador e ponto focal da região de saúde Oeste, escolhida pela gestão para atuação desse apoiador. O trabalho foi executado em ambiente virtual, necessário às recomendações sanitárias ao enfrentamento da pandemia, desafiador para o processo de apoio, em todos os encontros e agendas que contaram com a participação do apoiador. Nesse percurso, houve investimento dos apoiadores para um debate técnico com a SES/DF, intervenções produzidas nos encontros periódicos entre apoiador e apoiado, produtos da interação e reflexão entre as encomendas da SES/DF, suas prioridades e as demandas do campo de intervenção. Mesmo os encontros e reuniões acontecendo em ambiente virtual, a democratização dos espaços coletivos possibilitou ampla participação do apoiador em várias agendas da SES/DF, incluindo as agendas afetas ao projeto e os efeitos puderam ser percebidos na maior interação e reflexão sobre o método Apoio, contribuindo para superar o desafio inicial, a construção do plano de trabalho, à medida em que exaustivas discussões e pactuações devesse contemplar a encomenda da gestão, expansão da Estratégia Saúde da Família e ferramentas para operar a metodologia do Apoio Institucional, para além do visível, concreto, ou seja, captura de não ditos, percepções e sensibilidades e registro das demandas do campo de intervenção. Como considerações finais temos que o trabalho do apoiador institucional manteve-se implicado ao projeto técnico-político da SES/DF, de cooperar no processo de qualificação da gestão e assistência, aproximando o diálogo do nível central e regiões, visando a melhoria dos serviços prestados, uma experiência que pretende contribuir como substrato de múltiplos relatos sobre a potência do apoio institucional, considerando que a pandemia se encontra em curso.