Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Síndrome de Burnout durante a pandemia de COVID-19 em trabalhadores da gestão no trabalho no Brasil
Tatiana de Medeiros Carvalho Mendes, Samara da Silva Ribeiro, Janete Lima de Castro

Última alteração: 2022-01-26

Resumo


Diante do surgimento da pandemia do novo coronavírus tornou-se evidente o desafio dos profissionais de saúde em manter sua saúde física e mental. A Síndrome de Burnout é um tipo de estresse ocupacional que acomete profissionais envolvidos com qualquer tipo de cuidado em uma relação de atenção direta, contínua e altamente emocional. A referida síndrome apresenta em três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal no trabalho. Considerando que a pandemia provocou mudanças nos processos de trabalho não só dos profissionais de saúde que trabalham na linha de frente do combate à pandemia, mas também dos que atuam na área de gestão da saúde, o presente estudo analisou a existência da Síndrome de Burnout, durante a pandemia de COVID-19 entre trabalhadores da área de gestão de uma instituição pública federal de saúde no Brasil. Com natureza descritiva e abordagem quantitativa, esse estudo utilizou o questionário Maslach Burnout Inventory. Os dados foram coletados via Google Forms, no período de julho a novembro de 2020. Essa pesquisa foi realizada pelo Observatório de Recursos Humanos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Onofre Lopes da referida universidade, com número do Parecer 4.005.643. Participaram do estudo 43 profissionais, sendo a maioria do sexo feminino 22 (51,2%), na faixa etária de 31 a 50 anos 30 (69,7%) e que trabalha no cargo/função atual até 5 anos 26 (66,6%). Verificou-se que  9,3% dos profissionais apresentaram Burnout em alto grau, ou seja, a presença de pontuações altas nas subescalas de exaustão emocional e despersonalização e pontuações baixas na subescala de realização profissional. O Burnout em grau médio foi observado em 5 (11,6%) profissionais,  refletido nas pontuações médias nas três subescalas. Considerando as três dimensões da síndrome, foi observada a presença de níveis críticos em pelo menos uma das dimensões da síndrome em 20 (46,51%) profissionais.  A detecção precoce do Burnout é fundamental a fim de contribuir para sub­sidiar políticas organizacionais de prevenção do adoecimento mental relacionado ao trabalho, bem como políticas de promoção e proteção da saúde dos trabalhadores. Os achados do presente estudo podem contribuir como ferramenta de detecção precoce da Síndrome de Burnout em profissionais da área de gestão em saúde, categoria ainda pouco estudada no Brasil, e mostram a necessidade de observação de como o trabalho está organizado a fim de que ele não venha causar o adoecimento.