Em meio a descoberta de uma nova doença que repentinamente tomou proporções pandêmicas, estão os profissionais de saúde na linha de frente de combate à COVID-19. Para além da crise sanitária, a crise econômica que se instalou em nível mundial resultou em instabilidade financeira, associado a situações que geram medos, incertezas, preocupações e sensação de impotência, refletindo negativamente na saúde mental desses profissionais. Nesse seguimento, estudos foram desenvolvidos na perspectiva de compreender os efeitos da pandemia de COVID-19 na saúde mental dos profissionais de saúde, dessa forma, a presente pesquisa é um recorte de uma pesquisa maior sobre Síndrome de Burnout em trabalhadores da saúde, e teve como objetivo investigar quais os principais medos e preocupações dos profissionais de saúde durante a pandemia de COVID-19. Trata-se de uma Revisão Integrativa, cuja busca de artigos ocorreu no período de 14 a 17 de setembro de 2020. Foram utilizadas cinco bases de dados: PUBMED, CINAHL, SCOPUS, EMBASE e BVS. Os descritores utilizados na busca foram "health personnel", "burnout, professional", e "COVID-19". As buscas nas bases de dados resultaram em um total de 229 artigos e cada referência foi importada para o Software Rayyan QCRI, através do qual foram excluídas as repetições entre e nas bases de dados.  Depois de aplicados os critérios de inclusão e exclusão, a amostra final foi de 12 artigos. Após a seleção dos artigos, os textos foram analisados com o auxílio do software Iramuteq, onde foi realizada a Classificação Hierárquica Descendente e identificada os trechos dos documentos que estavam associados às palavras “medo”, “preocupação”, “incerteza” e “sofrer”. Os resultados mostram que os profissionais de saúde têm medo de infecção e morte, bem como de transmitir a doença para seus familiares, principalmente quando moravam com pessoas do grupo de risco. Mostraram também preocupação com o trabalho e com a família, principalmente com o cuidado com as crianças, bem como com as incertezas relacionadas à pandemia, como a duração e seus impactos a curto e longo prazo, inclusive no âmbito financeiro, devido à principalmente à crise econômica e diminuição das rendas das famílias. Diante resultados, pôde-se perceber que o trabalho na área da saúde durante a pandemia gera vários medos e preocupações, o que pode trazer impactos negativos na saúde mental desses profissionais, predispondo à Síndrome de Burnout. Os resultados desse estudo ressaltam a importância de um olhar direcionado à saúde mental dos profissionais da saúde, subsidiando o planejamento, implementação e avaliação de ações para proteção da saúde desta força de trabalho durante a pandemia, o que contribuirá para redução do sofrimento no trabalho, absenteísmo e afastamento laboral, bem como melhorias na qualidade de vida do trabalhador da saúde e qualidade de assistência prestada aos usuários, visto que o trabalho desses profissionais é fundamental no combate à pandemia. Dessa forma, infere-se que preservar a saúde dessa categoria profissional significa garantir a continuidade da assistência à saúde no Sistema Único de Saúde.