Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-01-28
Resumo
Apresentação: A cinesiofobia apresenta-se como uma condição na qual um paciente tem um medo excessivo, irracional e debilitante de movimento físico e atividade resultante de uma sensação de vulnerabilidade a uma lesão dolorosa ou nova lesão, e relaciona-se com a localização da dor, humor, baixa autopercepção de saúde e a alta intensidade da dor, sendo possível identificar também uma relação com a depressão. Este estudo tem como objetivo investigar e caracterizar a cinesiofobia em pacientes assistidos no setor de traumato-ortopedia de uma clínica-escola de Fisioterapia.
Desenvolvimento do trabalho: Estudo transversal observacional cuja amostra foi composta por 16 pacientes assistidos no setor de Traumato-Ortopedia da Clínica-Escola de Fisioterapia da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, EMESCAM. Inicialmente, os participantes passaram pelos critérios de elegibilidade e foi aplicada a ficha de coleta de dados para se obter os dados sociodemográficos e os dados sobre o aspecto saúde e doença. No segundo momento, os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e em seguida, responderam a Escala Tampa para Cinesiofobia (TSK) para avaliar a presença e os níveis de cinesiofobia, bem como a Escala Visual Analógica (EVA) para quantificação da dor. Os dados foram analisados de maneira descritiva. Este estudo foi desenvolvido de acordo com os princípios científicos preconizados pela Resolução nº 466/12 do Ministério da Saúde/Brasil e aprovado pelo comitê de ética local, sob o parecer nº 4.815.997.
Resultados: Foram incluídos 16 pacientes com idade média de 57,8 ± 12,4, sendo que 37,5% (n=6) da amostra eram do sexo masculino e 62,5% (n=10) eram do sexo feminino. Na escala TSK, 25% (n=4) dos pacientes apresentaram cinesiofobia leve, 43,75% (n=7) apresentaram cinesiofobia moderada e 31,25% (n=5) apresentaram cinesiofobia grave. Na escala EVA, os pacientes apresentaram uma média de dor de 7,1 ± 2,8, onde 12,5% (n=2) indicaram dor leve, 37,5% (n=6) indicaram dor moderada e 50% (n=8) indicaram dor intensa. Cerca de 40% (n=4) dos pacientes do sexo feminino apresentaram cinesiofobia leve e moderada e 50% (n=3) dos pacientes do sexo masculino apresentaram cinesiofobia moderada e grave. Com relação à escala EVA, 50% (n=1) dos pacientes que indicaram dor leve apresentaram cinesiofobia leve e moderada, 50% (n=3) dos pacientes que indicaram dor moderada apresentaram cinesiofobia moderada e 37,5% (n=3) dos pacientes que indicaram dor intensa apresentaram cinesiofobia moderada e grave.
Considerações finais: Todos os participantes da amostra coletada apresentaram algum nível de cinesiofobia, não havendo diferenças entre os sexos. Os participantes que relataram maior frequência da dor, duração da dor e intensidade da dor apresentam maiores chances de possuírem cinesiofobia moderada ou grave. Por fim, com relação a EVA, a maior parte da amostra que relatou dor moderada, apresentou um nível moderado de cinesiofobia.