Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Tecnologia de Informação na Gestão em Saúde Pública na Atenção Básica
Mayra Costa Rosa Farias de Lima Ana Lúcia Moura do Nascimento Carla Lopes Assunção; Larissa Ariane Barbosa Sousa; Maria Raika Guimarães Lobo

Última alteração: 2022-01-26

Resumo


INTRODUÇÃO

Os conhecimentos observados no decorrer dos últimos anos geraram avanços decisivos para um progressivo envolvimento com a tecnologia em diversos ramos e setores, principalmente no que diz respeito às práticas de saúde no Brasil e no mundo. Sendo assim, a partir da década de 1990, observa-se que a Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) desempenha um papel fundamental e de suma importância no progresso do trabalho em saúde.

De acordo com Hannan, Ball e Edwards (2009), começamos a presenciar o advento de registros eletrônicos da saúde em muitos países. Além disso, os sistemas de informação estão sendo amplamente usados no apoio a saúde da população e nas atividades da saúde pública relacionados a prevenção e promoção da saúde, controle de doenças, vigilância e monitoramento. A crescente possibilidade de gerenciar dados através do uso de computadores, de forma precisa e eficiente, passa a ser de suma importância para a fundamentação da tomada de decisões e implementar estratégias mais corretas na área da saúde.

A Política Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS), aprovada em 2009, tem por objetivo maximizar os benefícios de saúde que serão obtidos com os recursos disponíveis, para assegurar o acesso da população às tecnologias efetivas e seguras em condições de igualdade.

Definida pelo Ministério da Saúde, a PNIIS aponta a aproriação do uso das TIC como sendo uma das metas necessárias para o avanço do Sistema Único de Saúde (SUS), instituída para a defesa do direito universal à informação, confiabilidade e qualidade das informações, da descentralização social e do dever do Estado na garantia dos direitos, juntamente com o Departamento de Informação do SUS (DATASUS), que é responsável por gerenciar e regular as informações em saúde produzidas pelo SUS.

Segundo Siqueira (2007), a utilização da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) na saúde cresce a cada dia e, portanto, inúmeras são as possibilidades, os recursos e os benefícios que a informática pode trazer para a área e, especialmente para os profissionais de saúde. Dentre elas pode-se citar: o prontuário eletrônico do paciente, tecnologia sem fio e computação móvel, certificação digital, e o sistema de imagem digital.

Como o surgimento da internet foram geradas grandes repercussões em todos os aspectos da sociedade em que vivemos. Da mesma forma vários autores sustentam que os hospitais estão a cada dia mais envolvidos na nova realidade, onde a modernização da comunicação como instrumento de relacionamento entre os públicos tornou-se crucial.

Justifica-se o aprofundamento  nessa temática, considerando que a Política Nacional de Gestão de Tecnologia em Saúde (PNGTS) tem por objetivo maximizar benefícios de saúde obtidos através de recursos assegurando o acesso da população à tecnologias efetivas e seguras em condições de igualdade no atendimento aos usuários da Atenção Básica do SUS, através do uso da informática e das modernas tecnologias, pode consideravelmente contribuir através  das informações compartilhadas pela Rede de Atenção à Saúde, para a amplicação e a resolutividade dos problemas de saúde da população através das consultas oriundas do nível primário da atenção à saúde.

OBJETIVO

Descrever a relevância do uso da Tecnologia de Informação para a otimização do atendimento em Saúde Pública na Atenção Básica.

ANÁLISE E DISCUSSÃO

Os princípios da universalidade do acesso, a integralidade da atenção, a participação popular e a equidade são apresentados pelo SUS como proposta para romper com o modelo de atenção à saúde, caracterizado pela centralidade no trabalho médico e no hospital, voltando-se para o tratamento de doenças. Com isso, tem-se procurado construir um sistema baseado na defesa da sáude como um direito, resultante das condições de vida da população. A partir desse resultado, foi proposto um sistema pautado nas ações de promoção, prevenção e tratamento das doenças nos diferentes níveis de atenção.

Mundanças nos paradigmas internacionais ocorridas na saúde pública, tem o propósito de levar mais igualdade às regiões que são assistidas, trabalhando políticas de promoção em níveis locais. E, quanto maior a gama de informações disponibilizadas no sistema, o planejamento e a elaboração de estratégias para a promoção da saúde tornam-se mais fáceis, completos e seguros, intervindo na comunidade, respeitando as peculiaridades culturais, socioeconômicas, crenças, hábitos e costumes para que a utilização do Sistema de Informação da Atenção Básica seja ampliada e que ocorra agilidade nas tomadas de decisões no que diz respeito à promoção da saúde.

Na região Nordeste do Brasil foi realizada uma pesquisa quanto ao uso das tecnologias de informação na saúde em cinco unidades do Programa Saúde da Família (PSF), em dois centros de atendimento tradicionais com especialistas e sete estabelecimentos de assistência à saúde (EAS), com participação voluntária dos servidores, onde depois  de vários questionamentos observou-se que há expectativas de que a  informatização reduza o tempo de execução do trabalho e a que a informatização traga melhorias na organização do trabalho, possibilitrando a inserção digital do profissional.

Os profissionais que participaram da pesquisa foram os seguintes: Recepcionistas, ACS, Médico, Auxiliar de Enfermagem, ACD, Assistente Social, Psicólogos, Nutricionistas, Fonoaudiólogos, Farmacêutico, Enfermeiros, Cirurgiões-Dentistas e Gerentes.

Nesse mundo complexa da saúde, a produção de informação precisa agregar conceitos e padrões, afim de reduzir a repetição e a redundância da captura de dados, possibilitando um sistema de informações integrado, que possibilite atender às necessidades do usuário, do gestor e do profissional de saúde.

Quanto à Incorporação da Tecnologia de Informação em Saúde na Atenção Básica, observou-se que 67% das equipes avaliadas nas respectivas regiões do Brasil, as mesmas encontram-se em nível médio, porém em contrapartida 13,5% um grau alto de Incorporação. Já no Sudeste (21,9%) e Sul (22,4%), percebeu-se um maior percentual de alto grau de Incorporação de Tecnologia de Informação, enquanto a região Norte apresentou o grau baixo maior (39,1%), seguido do Nordeste com 29,7%.

Observou-se nas pesquisas que os enfermeiros entrevistados quanto ao uso de computadores, nas Unidades Básica de Saúde de Curitiba/PR, utiliza o sistema para monitorização fisiológica (arritmias cardíacas), registro de sinais vitais e medicações, geração de relatórios, solicitação de materiais e equipamentos e pesquisa resultados dos testes e exames dos pacientes, sendo que as avaliações de enfermagem são as menos utilizadas através da informática.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se, baseado nas pesquisas realizadas que as Tecnologias de Informação voltadas para a área da saúde e, mais precisamente para a Atenção Primária torna-se cada vez mais necessária para o processo de trabalho, haja vista no que tange o primeiro atendimento ao paciente, desde a sua porta de entrada, aos procedimentos realizados pelo mesmo no decorrer de suas consultas. A informatização vinculada aos níveis de atenção secundário e terciário permite um melhor diagnóstico e atendimento mais humanizado à população através de seu histórico informatizado, ficando o mesmo disponível em toda e qualquer unidade de saúde por onde o usuário percorrer.

Portanto, cabe aos gestores desenvolver e implantar políticas conjuntas para o aceleramento do processo de incorporação de TIC em todo território brasileiro, contribuindo assim, para a melhoria do cuidado e da assistência prestados pelas equipes da atenção primária.