Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-01-25
Resumo
Apresentação: Estudos recentes relatam que disfunções ortopédicas crônicas constituem um dos principais motivos de doenças ocupacionais e incapacidade funcional. Sendo a dor o principal sintoma relatado por esses pacientes, seu estudo considerando o modelo biopsicossocial torna-se urgente e relevante. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi identificar as características relacionadas à dor de pacientes ortopédicos de uma clínica-escola de fisioterapia. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo observacional, a partir de 151 prontuários de pacientes atendidos no ano de 2019 no setor de Traumato-Ortopedia da clínica-escola de Fisioterapia de uma instituição filantrópica do Espírito Santo. Os dados foram coletados e tabulados através de uma ficha de avaliação criada pelos próprios pesquisadores e transcritos para uma planilha do Excel. Para a caracterização da amostra, as variáveis foram agrupadas em: a) dados gerais da anamnese (sexo, faixa etária, renda familiar, município, diagnóstico clínico e queixa principal); b) aspectos gerais relacionados à saúde (presença de trauma relacionado ao problema e estágio da dor; c) características relacionadas a dor (intensidade da dor, tipo de dor, dor localizada ou disseminada, dor específica e padrão da dor) e; d) perfil psicossocial (fatores cognitivos, afetivos e sociais, depressão e/ou ansiedade relatada). A análise descritiva dos dados foi feita utilizando-se o software Excel Microsoft Office. Este estudo foi desenvolvido de acordo com os princípios científicos preconizados pela Resolução nº 466/12 do Ministério da Saúde/Brasil e aprovado pelo comitê de ética local, sob o parecer nº 4.050.897. Resultados: Quanto ao perfil sociodemográfico, observou-se que 59,3% eram adultos, 36% idosos, 71,3% mulheres e 48% tinham vínculo empregatício. Em relação às características clínicas, 23,3% possuíam diagnóstico clínico de artropatias, 69,3% apresentavam como queixa principal a dor e 46,7% relatavam limitações funcionais. No que se refere às características da dor, foi identificado que: 22% apresentavam medo da dor/lesão; 9,3% possuíam sinais de catastrofização sobre a dor; cerca de 20% possuíam sinais de hipervigilância; 10% apresentavam eventos estressantes relacionados à dor; 29,3% apresentavam dor intensa e 20% dor moderada; cerca de 83% apresentaram dor específica; 70% dor localizada; e 64,7% estavam em estágio crônico; A dor do tipo nociceptiva representou a maioria dos pacientes (59,7%); e cerca de 38% demonstrou baixo nível de sensibilização central. Considerações finais: Foi possível observar que a dor se manifesta de forma peculiar nos pacientes ortopédicos, sendo sua ocorrência multifatorial e influenciada de forma diferente pelos fatores envolvidos. O estudo da dor, portanto, pode permitir conhecer não somente seu componente físico/biológico, mas pode auxiliar o entendimento do impacto na qualidade de vida do paciente.