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Os caminhos de uma usuária pela rede revelam mais do que se pode imaginar. A Atenção Básica funciona como uma das principais portas de entrada para os demais serviços do Sistema Único de Saúde. Desta forma, tem como uma das suas atribuições a corresponsabilização pelo cuidado da população adscrita e longitudinalidade deste cuidado. O usuário com câncer em busca do seu tratamento possivelmente passará por todos os níveis de atenção da rede de saúde. Garantir a produção do cuidado é responsabilidade de todos os serviços de saúde. Conhecer a jornada de uma usuária com câncer pela rede de atenção à saúde é descobrir potencialidades e dificuldades neste percurso. O fluxograma analisador (FA) mostra-se como uma ferramenta de análise capaz de ser reinventada e que se modifica de forma produtiva no decorrer da pesquisa. A criação de uma nova ferramenta surge deste estudo, batizada de linha que se afeta. Uma linha do tempo que considera também emoções na jornada da usuária. O vínculo se mostra como potência para o cuidado e protetivo, capaz também de reorganizar o sistema e produzir vida. O uso do termo usuário sem problematização não necessariamente gera mudanças de condutas e caminhos. O caminhar pela rede sofre influência da lesão da usuária, que parece ser o único motivo a causar mudanças de fluxos no seu caminho, a despeito de outras queixas mais subjetivas como a dor. Usuários e trabalhadores de saúde são atravessados a todo momento por relações maquínicas que ditam organizações e maneiras de agir na saúde. É preciso encarar a potência de todas as descobertas que o FA foi capaz de desvelar e seguir questionando como mudar rotas predefinidas e seguir novos caminhos.