Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Saúde dos professores e o Presenteísmo
Tatiana Varejão Garcia

Última alteração: 2022-01-27

Resumo


Introdução - O presenteísmo é um fenômeno relativamente novo e estudos abordando esse tema ainda são escassos. Acomete a saúde dos trabalhadores e vai além de estar presente no ambiente de trabalho sem suas condições plenas de saúde física e mental; é o estar presente sem ter suas condições plenas de saúde. Ocorre por uma cultura social que o trabalhador carrega, além de experiências internas a externas, que afeta principalmente os professores. Objetivo - Compreender o presenteísmo de professores de uma Escola Pública de Ensino Médio e Técnico na cidade de São Paulo. Método - Trata-se de um estudo qualitativo com análise de conteúdo de Bardin. Onde os participantes entrevistados foram 20 professores convidados de forma aleatória, constituindo a amostra intencional, selecionada entre professores que referiram a situação de presenteísmo. A coleta de dados foi realizada no período de setembro a dezembro de 2019. Resultados - Foram encontradas questões relacionadas a organização do trabalho (falta de professor substituto, ausência de apoio dos gestores), coletivo de trabalho (responsabilidade, comprometimento) e a relação do indivíduo com o trabalho propriamente dito 9valores culturais) assim emergiram as categorias organização do trabalho, coletivo do trabalho e impactos individuais.  Conclusão - O presenteísmo envolve questões pessoais, financeiras e socioculturais, além de fatores da organização que levam o professor a trabalhar sem condições de saúde para cumprirem suas funções no trabalho. Diversos fatores levam ao adoecimento, impactos na saúde e qualidade de vida do professor que vão desde desgaste físico e emocional, dificuldades na recuperação da saúde, sofrimento, queda no rendimento, dificuldade de afastamento, prejuízo a carreira e financeiro. O professor justifica de várias maneiras a importância da sua presença na escola sem se preocupar com seu bem-estar físico e emocional. Sentimento de culpa, autocobrança, dificuldade em se respeitar e reconhecer uma doença e conflitos internos são fatores determinantes para que o professor compareça ao trabalho mesmo sem ter condições de saúde. Ações educativas podem ser propostas subsidiadas pelos dados desta pesquisa no sentido de melhorar a qualidade de vida do docente no trabalho. Faz-se necessária uma reflexão sobre o cuidado com a saúde do professor, o quanto a saúde pública tem se voltado para esse profissional e como projetos políticos nessa área poderiam ser eficazes, assim como acontece em outros setores da saúde do trabalhador.