Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Reflexão da prática assistencial em Central de Regulação Municipal a partir da perspectiva da Educação Permanente em Saúde
Carina Corrêa Bonates Campos, Elaine Antunes Cortez, Natânia Candeira dos Santos, Geilsa Soraia Cavalcanti Valente

Última alteração: 2022-01-27

Resumo


Ao objetivar a melhoria de processos institucionais, racionalização e uso da capacidade instalada municipal, ampliação do acesso aos serviços de saúde e a promoção de práticas assistenciais seguras aos usuários, as Centrais de Regulação Municipal atuam de forma equânime na garantia dos preceitos universais do Sistema Único de Saúde (SUS). Neste sentido, o percurso a ser traçado vai além da implantação teórico-prática de protocolos, normas e diretrizes, sendo necessário e urgente determinar recomendações para os profissionais da saúde atuantes se basearem em sua prática laboral e, consequentemente proporcionar ampla divulgação à população sobre os fluxos de atendimento em unidades hospitalares, ambulatoriais e de urgência e emergência municipais. Na operacionalização dos processos, torna-se indispensável a readequação da estrutura física, dos recursos tecnológicos, mas sobretudo dos recursos humanos, os quais necessitam participar ativamente deste processo de mudança, entendendo-os como atores principais na consolidação das práticas de saúde do município. Em proposição à utilização dos conceitos de Educação Permanente em Saúde, é possível almejar progressos nesse processo, através do desenvolvimento de uma gestão compartilhada, de espaços de promoção de diálogo entre os responsáveis das unidades de saúde, definição de papéis e responsabilidades para reorganização do trabalho e fluxos de atendimento aos usuáriosAssim, este relato de experiência traz a reflexão advinda de uma atividade proposta no âmbito de um Mestrado Profissional em Ensino na Saúde, pertencente a disciplina de Educação Permanente dos Trabalhadores em Saúde, no qual foi possível problematizar uma situação educativa vivenciada no ambiente laboral propondo uma rede analisadora do processo de trabalho.Ao repensar e propor uma rede explicativa de problemas e nós críticos encontrados, foi possível ampliar perspectivas de solução e consequentemente além de corrigi-los, possibilitar um salto de qualidade tanto nos desafios advindos da prática assistencial em si, quanto na prática gerencial e de relacionamento interpessoal no dia a dia dos trabalhadores de saúde. Pelo exposto, ao correlacionar a teoria adquirida em um curso de pós graduação com a prática vivenciada e implementar estratégias propostas pela Educação Permanente tais como diálogo envolvendo os protagonistas dos serviços de saúde como os gestores e  trabalhadores, adquire-se como fruto e resultado deste engajamento, a construção de espaços de debates e corresponsabilização de atores com a participação coletiva nas decisões, sendo este um caminho benéfico a promover melhorias não somente aos serviços, como aos usuários. Entre os nós críticos determinou-se o convencimento aos gestores a repensar práticas de saúde através do amadurecimento sobre suas responsabilidades, da necessidade da implantação da rede de cuidado em saúde, colaborativas e de apoio à gestão municipal, tendo a Educação Permanente como fio condutor da evolução desse processo que, apesar das limitações orçamentárias, gerenciais e políticas, conseguem cumprir seu papel e princípios na atenção à saúde da população que dele depende.Ou seja, conclui-se que, caso a rede de atenção não esteja engajada e embasada na problematização do trabalho, na transformação de práticas, na reorganização da gestão e na ampliação dos laços, não será possível viabilizar uma assistência universal e de qualidade ao usuário no âmbito das Centrais de Regulação.