Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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ANTIVACINAS E O IMPACTO NO ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19
Mayssa Girlayne Neves Santos, Max Amaral Balieiro, Lorrane Caroline Pinheiro Fonseca, Luiz Roger Vilhena Corrêa, Paulo Rodrigo Cardoso Pereira, Ítalo José Crespo Alcobaça, Cátia Cilene Lopes Maciel, Luzilena de Sousa Prudêncio

Última alteração: 2022-01-31

Resumo


Cátia Cilene  Lopes Maciel1

Ítalo José Crespo de Alcobaça¹

Lorrane Caroline Pinheiro da Fonseca1

Luiz Roger Vilhena Corrêa1

Mayssa Girlayne Neves dos Santos1

Max Amaral Balieiro1

Paulo Rodrigo Cardoso Pereira1

Luzilena de Sousa Prudêncio2

Apresentação: Sabe-se que a vacinação é uma das intervenções de saúde pública mais custo-efetivas e essenciais em surtos de doenças infectocontagiosas se for acessível e aceitável pela população. Assim, as vacinas se tornaram uma grande revolução no âmbito da saúde do século passado, devido à sua contribuição fundamental para reduzir a morbimortalidade, controlando as doenças imunopreveníveis. Portanto, apesar da efetividade e segurança das vacinas, evidenciadas sobre um consenso científico, por meio de publicações de artigos científicos, pesquisas desenvolvidas por grupos de pessoas especialistas da área de análise laboratorial e dados estatísticos, não só mais também Organizações Internacionais, como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização das Nações Unidas (ONU) reafirmando a eficácia e segurança de todas as vacinas disponíveis para a população, ainda existem movimentos relacionados a antivacinação que vem crescendo nas últimas décadas, e principalmente nos últimos anos nesse contexto de pandemia, ocasionando uma baixa adesão da população à vacinação e, consequentemente, trazendo à tona doenças que até então eram consideradas erradicadas, como por exemplo, o sarampo. No contexto da pandemia da COVID-19, ocorre uma crescente adesão do movimento antivacinação no público em geral, causando uma grande preocupação, justamente por se tratar de uma pandemia global, que pode ser combatida com medidas de intervenções, como distanciamento, saneamento e principalmente, por vacinas seguras e eficazes. Dessa forma, enquanto perdurar a pandemia da COVID-19, é de suma importância que as pessoas tenham uma informação adequada e segura sobre as vacinas, devido a uma infodemia de notícias inverídicas, causando essa baixa adesão. Neste sentido, o objetivo deste estudo é evidenciar e discutir como a baixa adesão à vacinação, por parte da população, impacta o enfrentamento à pandemia de COVID-19. Desenvolvimento do projeto: Neste estudo optou-se por adotar uma revisão integrativa de literatura, este tipo de estudo possibilita o aprendizado acerca de determinada temática que seja identificado, de maneira concisa, afirmando a relevância do tema escolhido. Assim, o tema deste estudo se baseia na seguinte questão norteadora: como a baixa adesão à vacinação, por parte da população, impacta o enfrentamento à pandemia de COVID-19? Para alcance do objetivo proposto foi realizada uma revisão integrativa da literatura tendo como questão base para a pesquisa: “a baixa adesão à vacinação de covid-19”. As buscas para esta revisão foram feitas em Janeiro de 2022, na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), nas bases de dados: MEDLINE, PAHO-ÍRIS, IBECS e LILACS. Os descritores utilizados para a busca foram: “COVID-19”, “Vacina”, “Imunização”, “Movimento Antivacina”. A revisão na base de dados se procedeu de acordo com os seguintes critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos, os quais foram: textos completos na íntegra, artigos publicados em inglês e espanhol, entre os anos de 2017 e 2022 e que se relacionassem à questão norteadora. Os critérios de exclusão foram: revisões integrativas ou de qualquer natureza, artigos repetidos e artigos que não respondessem à questão norteadora. Sequencialmente, a partir dos critérios de inclusão descritos acima, com a primeira busca utilizando-se dos descritores e mediante aplicação dos filtros, possibilitou-se a captura de 20 artigos. Após essa etapa, iniciou-se a leitura de cada título e resumo, restando apenas 11 artigos para análise, em seguida, foram analisados profundamente os textos que seguiam a proposta da questão norteadora, por fim, para a amostra final foram selecionados para análise apenas 10 estudos. Resultados: Assim, a amostra final deste trabalho foi constituída por dez artigos científicos, selecionados de acordo com os critérios do desenvolvimento do trabalho e o objetivo proposto. Dessa forma, pode-se perceber que uma porcentagem considerável da população em alguns locais do mundo como  por exemplo, na Inglaterra, França, Estados Unidos e inclusive no Brasil, possuem hesitações em relação a vacinação, isso se dá a diversos fatores, como, a desinformação, bem como falsas notícias (Fake News) que são compartilhadas nas redes sociais  e que costumam ser ajustadas para se adequar a narrativas distintas, sendo propagadas com celeridade e uma vez adotadas, raramente são corrigidas. Além de haver teorias da conspiração por certas ideologias ligadas ao senso político, alimentadas pela quebra de confiança entre governantes e governados. Ademais, destaca-se o medo de injeções, facilmente compreendido, e outras objeções, as quais incluíram que a ação de vacinação é 'não-cristã' (e presumivelmente outras religiões), que é uma violação da liberdade pessoal e que é parte de uma suspeita mais geral de remédio e também o ceticismo em si em relação às vacinas. Dessa forma, o conjunto desses fatores contribuem para a baixa adesão a vacinação, com isso temos um exacerbado decréscimo no quantitativo das doses de vacinas aplicadas em relação ao contingente populacional, devido a desinformação de muitos que se baseiam nas próprias fontes, ignorando significativamente as pesquisas que podem contrariar as suas respectivas crenças. Essas pessoas acreditam que detêm os fundamentos para contestar fatos científicos que já foram estabelecidos e comprovados, infelizmente, não havendo indicativos de que essa tendência possa reduzir ou ser controlada. Considerações finais: A revisão dos 10 artigos selecionados evidenciou que, o crescimento dos grupos antivacinas vem em contraponto ao enfrentamento de algumas doenças, no atual contexto da COVID-19 isso repercute negativamente, uma vez que o avanço da vacinação vem sendo gradativo com base no público que ainda é remanescente a aplicação da primeira dose, ou seja, pessoas que optaram em não tomar a vacina desde Dezembro de 2020, quando se deu início a campanha vacinal mundial contra o SARS-CoV-2. Nessa perspectiva, entende-se que essa parcela da população que se recusa a usufruir das vacinas detém de autonomia para isso, entretanto, no tocante ao coletivo, é importante que essa vacinação alcance o quantitativo máximo de pessoas, uma vez que o vírus da COVID-19, assim como todos, está sujeito a sofrer mutações e se tornar cada vez mais transmissível e virulento, podendo dessa maneira ocasionar elevada morbimortalidade. Com isso, é notório a importância que campanhas pró-vacina sejam difundidas, transmitindo informações fidedignas sobre a importância desse imunológico, favorecendo a adesão à vacinação pela população geral. Por fim, o comprometimento e a atuação dos setores da saúde como agentes protagonistas na pandemia da COVID-19 apontam para as respostas assertivas no combate a essa doença.