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O câncer infantojuvenil é a primeira causa de morte por doença entre 1 e 19 anos no país. A incidência nacional de câncer infantojuvenil (0 a 19 anos), de acordo com os dados do INCA é de 8.460 casos novos por ano. Considerado um problema de saúde pública, o câncer infantil requer diagnóstico e tratamento em tempo oportuno. Por ser mais raro e, em geral, mais agressivo, a principal aposta é o diagnóstico precoce e tratamento de qualidade para melhorar as chances de cura, que em países desenvolvidos podem chegar a até 80%.Sendo o diagnóstico precoce a principal forma de controle da doença, a proposta deste trabalho é apresentar os resultados da iniciativa Unidos pela Cura (UPC), uma metodologia inovadora para aprimorar o diagnóstico do câncer infantojuvenil, desenvolvida pelo Instituto Desiderata, e que associa a organização de um fluxo rápido de encaminhamento de suspeitas de câncer infantil, capacitação de profissionais de saúde da atenção primária para suspeição e o monitoramento do tempo até a investigação diagnóstica. O UPC, é uma ação intersetorial e tripartite, que foi concebida e planejada de forma participativa no estado do Rio de Janeiro e vêm sendo implementada na capital carioca desde 2007, com vistas à construção de uma política pública de promoção do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil. O registro dos casos encaminhamentos via UPC é realizado via sistema de informação próprio desde 2008. Neste trabalho, apresentaremos os dados consolidados até 2020. Foram 2.146 encaminhamentos de casos com suspeita de câncer realizados de 2008 até 2020. Destes 91% tiveram a consulta agendada nos hospitais especializados em até 3 dias úteis. Este número representa a plena efetivação do compromisso do UPC com a chegada precoce de crianças e adolescentes aos centros de diagnóstico e tratamento que integram o Sistema Único de Saúde no Rio de Janeiro. Dentre os resultados, destacamos que, 1.551 usuários de 0 a 19 anos iniciaram a investigação nos Hospitais Polo. A maioria, 81%, teve a avaliação clínica concluída. Foram 284 casos de crianças e adolescentes com neoplasias - sendo destas, 180 com câncer e 87 com neoplasias benignas – e 577 com diagnóstico de outras doenças. A partir da identificação de outros agravos na infância e adolescência, o UPC desempenha uma função importante para o SUS, evidenciando outras doenças que compõem o perfil epidemiológico nesse ciclo de vida no município. Outro aspecto que merece enfoque foi o impacto da pandemia na dinâmica dos serviços de saúde. No UPC o número de encaminhamentos reduziu no ano de 2020, quando comparado com 2019. Nos meses de abril e maio a redução de encaminhamentos foi 52% e 50%, respectivamente. Aprimorar o diagnóstico precoce é crucial para aumentar as chances de cura e a qualidade de vida dos sobreviventes. No Rio de Janeiro o UPC alcançou importantes resultados, visibilizando as suspeitas de câncer infantil na atenção primária e garantindo que as crianças com suspeita de câncer na Atenção Primária chegassem aos centros de diagnóstico e tratamento em até três dias úteis.