Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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POTENCIALIZAÇÃO E INTEGRAÇÃO EM REDES DE PROJETOS INOVADORES PARA QUALIFICAR A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Laís Coelho Caser, Sílvio José Santana, Thaís Maranhão

Última alteração: 2022-01-28

Resumo


APRESENTAÇÃO: As articulações em Redes eficientes entre profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) e especialistas ou serviços ofertados em outros níveis do Sistema Único de Saúde são essenciais para uma saúde pública de qualidade. Neste sentido, o Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi) do Espírito Santo promove a integração entre dois de seus programas inovadores. O Componente de Provimento do Qualifica-APS cujo objetivo é prover e qualificar profissionais que atuam na APS por meio da formação em ensino-serviço. E a Autorregulação Formativa Territorial (ARFT) que propõe modificar as práticas de regulação no Estado, na relação especialista-APS, a partir da criação de vínculo e incorporação de competências da Educação Permanente em Saúde. Assim, o intuito é promover potencialização e integração entre os Programas por meio de processos de trabalho inter-relacionados e da Educação Permanente, permitindo o fortalecimento dos atributos da APS e ordenamento da Rede.

DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: O Provimento teve início no final de 2019 e possui atualmente 1102 profissionais da enfermagem, medicina e odontologia que atuam em aproximadamente 90% dos municípios do Estado, ocupando cerca de 58% das Estratégias de Saúde da Família. Esses indivíduos em formação realizam atividades educacionais promovidas por docentes-assistenciais com especialização na área, o que possibilita maior inserção e acompanhamento do processo da ARFT. Desse modo, em maio de 2021 começaram as ações de integração: reuniões entre as coordenações de ambos projetos; oficinas com outros setores como superintendências regionais; capacitação para adequada utilização da plataforma; incorporação da discussão acerca da ARFT nas atividades educacionais; e avaliação diagnóstica do seu uso pelos profissionais por formulário semiestruturado.

RESULTADOS E/OU IMPACTOS: As ações permitiram estratégias educacionais para estimular a utilização da ARFT. Com relação aos formulários, foram obtidas 268 respostas, que apontaram: 69% dos entrevistados em Unidades de Saúde com ARFT implantada; 34,6% informaram ter um ótimo entendimento sobre o processo da Autorregulação, enquanto 45,4% um bom entendimento. A grande maioria (84,9%) utiliza a plataforma e, destes, 38,9% e 45,2% relatam apresentarem, respectivamente, ótima e boa habilidade para utilização. As principais dificuldades encontradas para implantação da ARFT foram: falta de infraestrutura física (computador e internet) (38,9%); passivos administrativos/burocráticos do modelo anterior (35%); uso do sistema (29,9%); e entendimento do modelo (10,2%). Mesmo promovendo sugestões de melhorias de sistema e organizacionais, os profissionais apontaram evolução da qualidade dos encaminhamentos realizados; empoderamento com seu território de atuação e seus pacientes; maior autopercepção do aprendizado da ARFT; aproximação com os especialistas; e aumento da resolutividade na APS.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: O Componente de Provimento e a ARFT são projetos inovadores do ICEPi que juntos permitem um verdadeiro mutualismo. Tal integração permite o fornecimento de novas funcionalidades aos processos já existentes de atenção à saúde e a avaliação com consequente aperfeiçoamento da operacionalização dos componentes de cuidado longitudinal e de formação profissional. Portanto, essa interação entre os Programas resulta em melhorias para os serviços ofertados para a saúde pública, para seus profissionais e, principalmente, para a população.