Apresentação: A equipe que trabalha no Serviço de Avaliação e Acompanhamento de Medidas Terapêuticas Aplicáveis à Pessoa com Transtorno Mental em Conflito com a Lei (EAP) do Pará, através das ações de avaliação e monitoramento em todo o Estado do Pará, percebeu nos últimos anos a necessidade de fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) para uma estratégia mais eficaz de redirecionamento dos modelos de atenção à pessoa com transtorno mental em conflito com a lei. O serviço é um dispositivo de interlocução entre o Poder Judiciário e as redes de saúde e assistência social e vinha enfrentando uma série de dificuldades que passavam por apatia das equipes de saúde, falta de capacitação, dificuldade na execução de PTS e manejo de crise psiquiátrica, pouco ou nenhum investimento em apoio matricial, dentre outras. Deste modo a EAP articulou, via plataforma gratuita de comunicação por vídeo, o “I Ciclo de Debates em Saúde Mental da EAP: fortalecendo a rede de atenção psicossocial do Pará”. O objeto da experiência foi gerar uma ação de mobilização e militância antimanicomial, mas também de educação permanente, favorecendo a capacitação de profissionais do campo psicossocial. Desenvolvimento do trabalho: O evento foi articulado para acontecer de abril a julho de 2021, em encontros semanais com duração de 1h30, das 19:30 às 21 horas, com participantes de todo o estado do Pará e palestrantes do Brasil inteiro que apresentavam domínio das temáticas selecionadas, a saber: a pessoa com sofrimento mental em conflito com a lei, construção de PTS, entrevista dialógica, apoio matricial, integralidade no cuidado, rotinas terapêuticas após a COVID-19, manejo da crise psiquiátrica, AT, interface saúde, arte e cultura. A promoção do evento foi articulada entre a EAP que é vinculada à Secretaria de Saúde do Estado do Pará (SESPA) com o grupo de pesquisa Práticas Clínicas em Terapia Ocupacional (PRACTO) vinculado à Universidade do Estado do Pará (UEPA).Resultados e/ou impactos: de modo remoto a interação se dá de forma tímida, perde-se a possiblidade do uso de algumas metodologias ativas, mas nas condições de se viver uma pandemia no país, este formato se mostrou resolutivo, com a possiblidade de contar com palestrantes de vários Estados do país sem necessidade de deslocamento. Após o término dos encontros, obtivemos feedback dos participantes por meio do preenchimento de um formulário virtual, recurso que nos possibilitou acessar o modo como o evento foi vivenciado pela maioria dos participantes. Considerações finais: Percebemos que com pouco investimento em capacitação específica nos últimos anos, e a vivência conjunta de um momento de muitos retrocessos no campo da saúde pública, o espaço de diálogo proporcionado pelo evento foi primordial, concretizando os objetivos propostos. Vale ressaltar que os trabalhadores que participaram do evento, abdicaram de um tempo de seu descanso, em horário noturno, para se dedicar a aprender e ensinar ao longo dos encontros realizados. O formulário de avaliação nos indicou satisfação da maioria com a proposta, indicativos de que os temas abordados foram pertinentes e que poderíamos propor um segundo evento de continuidade.