Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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“NÃO SOMOS INVISÍVEIS": reflexões sobre o Projeto Esperançar de Iranduba-AM para cuidado com pessoas em situação de rua
João Lucas da Silva Ramos, Rosângela Maria Barbosa de Melo

Última alteração: 2022-02-01

Resumo


“É preciso ter esperança, mas esperança do verbo esperançar”, com essas palavras, Paulo Freire nos convida a sair do modo passivo, e aprender que” Esperançar é juntar-se com outros e fazer de outro jeito”. Os nossos olhares de trabalhadores do SUS, precisam estar aguçados para que nenhuma violação do direito à saúde ocorra ao nosso redor, considerando que o acesso à saúde é universal. Nos territórios da Atenção Básica, a atuação das Equipes de Saúde da Família (ESF) junto à população em situação de rua e/ou usuários de álcool e outras drogas deverá ser fortalecida a partir da existência das Equipes de Consultórios na Rua (ECnR), dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e pelos profissionais das Equipes Multiprofissionais (tipo NASF por exemplo), uma vez que todos os habitantes dispostos na área de abrangência precisam ser acompanhados pela ESF responsável pela área, isso inclui as pessoas em situação de rua que ali transitam. O “Projeto Esperançar: Não sou invisível” é uma iniciativa da SEMSA Iranduba/Am e visa garantir acesso à saúde para esse público alvo que se reúne em pontos estratégicos nos bairros, chamados de “sindicatos”. Para promover o cuidado para essas populações, reunimos as profissionais Assistentes Sociais e Psicólogas vinculadas a atenção básica do município para construirmos juntos a proposta de intervenção. A primeira atividade foi uma busca ativa em bairros da área urbana e zona rural, para levantamento da população-chave presente nos territórios, sendo identificados 5 “sindicatos” na zona urbana e apenas 1 na zona rural, onde foi encontrada a população de cerca de 50 pessoas, sendo a maioria homens, entre 18 e 65 anos. A partir desse levantamento inicial foi elaborado um instrumento para estabelecermos o perfil dos usuários a serem acompanhados pelo Projeto, respondendo as seguintes questões: “Quem são? Onde estão?  E o que precisam? ” Atualmente estamos na etapa do levantamento do perfil, de maneira que as informações possam ser sistematizadas e planejadas as intervenções que atendam as necessidades encontradas. Nossa proposta a partir do levantamento das demandas é criar uma articulação interinstitucionais da Assistência, Educação, Saúde e demais setores possíveis, para que todos em conjunto possam assistir essa população que muitas vezes não tem acesso aos serviços públicos por problemas com documentação, por conta do preconceito associado ao consumo de álcool e outras drogas e pela situação de vulnerabilidade social em que se encontram.