Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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TIPOS DE VIOLÊNCIA PERPETRADA POR PARCEIRO ÍNTIMO EM PUÉRPERAS ASSISTIDAS POR UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE VITÓRIA-ES
Isadora Pirschner Lopes, Júlia Rezende Scheidegger, Glenda Pereira Lima Oliveira, Gracielle Pampolim, Luciana Carrupt Machado Sogame

Última alteração: 2022-01-28

Resumo


Apresentação: O ambiente domiciliar é onde mais frequentemente ocorre a violência perpetrada por parceiro íntimo (VPPI) contra mulheres, agravo que é definido como atitudes danosas nas formas psicológica, física e/ou sexual e, por sua complexidade, é referenciada como um problema de saúde pública. Esse comportamento pode ser agravado no período gravídico-puerperal em decorrência da maior vulnerabilidade em que a mulher se encontra, psicológica e fisicamente. Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo identificar a tipologia de violência perpetrada por parceiro íntimo vivenciada por puérperas assistidas por uma maternidade pública de Vitória-ES. Desenvolvimento do Trabalho: Trata-se de um estudo realizado com 65 puérperas de uma maternidade pública de Vitória-ES, com caráter observacional transversal quantitativo e dados coletados através de entrevista face a face, com uma equipe previamente treinada, por meio do formulário online Google Forms. Os dados sobre a tipologia da VPPI foram coletados baseados no instrumento World Health Organization – Violence Against Woman Study, validado na língua portuguesa pela Organização Mundial de Saúde, através de perguntas que englobam os aspectos psicológicos, físicos e sexuais, no recorte de três momentos, sendo um deles durante toda a vida, outro no último ano e o terceiro no período da gravidez da entrevistada. Com isso, pode-se estimar qual o tipo de violência mais frequente. O estudo foi aprovado pelo CEP/EMESCAM sob o número 4.734.133, respeitando as normas da resolução 466/12. Resultados: Das mulheres que relataram ter sofrido algum tipo de violência perpetrada por parceiro íntimo ao longo da vida, 46,2% se referiram a violência psicológica, seguida da violência física (26,2%) e da violência sexual (16,9%). Quando questionadas sobre a ocorrência do agravo no último ano, 9,2% relataram ter sofrido violência psicológica, 4,6% violência sexual e 3,1% violência física. Já durante a gestação, a frequência de violência psicológica foi de 9,23%, violência sexual de 3,1% e de violência física de 1,5% Considerações finais: Chama-se atenção à grande porcentagem de mulheres que já sofreram algum tipo de violência ao longo da vida, e apesar de tal porcentagem cair consideravelmente no último ano e durante a gestação, as prevalências encontradas ainda são preocupantes, em especial quando se leva em consideração a enorme carga emocional relacionada ao período gravídico que pode ser agravado sobremaneira com a ocorrência de violência. Neste contexto, se faz importante pontuar a necessidade de planejamento de ações que visem o cuidado com a mulher, através de informação, assistência, rede de apoio e relacionamento de confiança com os setores de atenção à saúde, desde o pré-natal até ao pós-parto, com profissionais capacitados e sensíveis para notar atitudes suspeitas de qualquer tipo de violência.