Tamanho da fonte: 

Introdução: A violência perpetrada por parceiro íntimo (VPPI) contra a mulher é um fenômeno complexo e um problema de saúde pública. Pode ser definida como qualquer ação que envolva agressão ou dano de forma psicológica, física, sexual, privação ou negligência contra a mulher. Este tipo de violência interpessoal, além de acometer mulheres no ambiente domiciliar também acontece em seu período gravídico-puerperal, sendo esta uma fase de grande mudança e fragilidade. Em vista disso, esse trabalho tem como objetivo descrever a prevalência da violência perpetrada por parceiro íntimo contra mulheres assistidas por uma maternidade pública em Vitória- ES. Desenvolvimento do Trabalho: Trata-se de uma pesquisa observacional transversal quantitativa realizada na Maternidade Pró-Matre, em Vitória-ES. O estudo foi realizado com uma amostra de 65 puérperas que aceitaram a participar do estudo por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para mulheres maiores de 18 anos e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido para aquelas menores de 18 anos. As puérperas foram entrevistadas por uma equipe previamente treinada, e a coleta de dados foi realizada por meio eletrônico na plataforma Google Forms. A prevalência da VPPI foi analisada pelo instrumento World Health Organization – Violence Against Woman Study que avalia a violência psicológica, física e sexual através de perguntas respondidas de acordo com a experiência da vida da puérpera e durante o último ano, sendo períodos posteriores e durante a gestação. Este estudo faz parte de um projeto primário intitulado ‘’ Violência doméstica e percepção social: estudo em uma maternidade pública de Vitória’’, aprovado pelo CEP/EMESCAM sob o número 4.734.133, respeitando a resolução 466/12. Resultados e/ou impactos: A prevalência de violência perpetrada por parceiro íntimo entre as puérperas assistidas por uma maternidade pública em Vitória-ES foi de 47,7% ao longo da vida, seguido de 9,2% no último ano antes da mulher saber que estava grávida e por fim 10,2% durante a gravidez. Constatou-se também que a violência psicológica foi mais frequente entre os tipos de violência estudados, independentemente do período questionado. Considerações finais: Entre os três períodos descritos no estudo, a violência ao longo da vida foi o estágio de maior prevalência da VPPI. Esse resultado expõe a suscetibilidade das mulheres em relação a violência realizada por seus parceiros íntimos e demonstra a necessidade de desenvolver estratégias de saúde para melhorar o enfrentamento deste problema. Além disso, a utilização do instrumento constatou que a violência psicológica foi a mais prevalente quando se comparada aos outros tipos de violência, identificando assim, casos subnotificados.