Apresentação: A Violência Intrafamiliar que será centro das ações desta intervenção, pode ser definida como as violências que ocorrem dentro das casas/lares, e conceitualmente analisando essa condição a violência intrafamiliar é fruto das consequências das relações estabelecidas nesses espaços. Njaine et al. (2020) aponta que há diversas manifestações desse tipo de violência, mas a mais comum são as relações de poder estabelecida entre o pai/marido/provedor com os demais envolvidos dessa relação. Não existindo um consenso sobre as melhores estratégias e abordagens ao lidar com a violência contra crianças e adolescente, tornando um exercício desafiador na prestação da assistência como para o gerenciamento dos serviços. Crianças e adolescentes formam um grupo estrategicamente vulnerável, portanto, se faz necessário que os profissionais de saúde estejam mais atentos às particularidades dessas situações (NJAINE et al., 2020). Utilizando de autoras como Guerra, Assis e Deslandes irão conceituar a violência contra crianças e adolescentes como todo ato de omissão cometidos por pais, familiares, outras pessoas e instituições, possibilitando a estes, dano físico, sexual e/ou psicológico (ASSIS, 1994; DESLANDES, 1994; GUERRA, 1996). Diante deste contexto, esse trabalho tem como objetivo relatar a proposta de uma intervenção que incidiu diretamente na notificação das violências intrafamiliares contra crianças e adolescentes na Atenção Primária à Saúde da Região de Saúde Oeste do Distrito Federal. Desenvolvimento: A seguinte intervenção foi apresentada em formato de projeto piloto na UBS 10 de Ceilândia, para observar os acertos, possibilidades de ajustes e avaliação. A saber a região conta com 27 UBS considerando todas as regiões administrativas: Ceilândia, Sol Nascente/Pôr do Sol e Brazlândia. O percurso metodológico das rodas de conversa, foi formada por quatro módulos: 1) Módulo: Introdução a violência contra crianças e adolescentes; 2) Módulo: Conhecendo a violência infanto juvenil; 3) Módulo: Política Nacional de Redução de Morbimortalidade por Acidentes e Violência; 4) Módulo: Notificar é cuidar das crianças e adolescentes vítimas de violência intrafamiliar. Impactos: O projeto de intervenção suscitou/apresentou questionamentos importantes sobre como diminuir as dificuldades dos profissionais de saúde que estão realizando assistência nas UBS na atenção e notificação da violência contra crianças e adolescentes. Reforça a importância de apresentar a todos os profissionais da APS as possibilidades de encaminhamento seguro e responsável dentro de uma rede de proteção, possibilitando o fortalecimento das propostas e ações das equipes de saúde. O projeto de intervenção “Notificar é Cuidar” reforça a concepção do papel da APS como ponto norteador e organizativo das redes de atenção à saúde. Considerações Finais: Esse relato parte do processo de aproximar os componentes da vigilância em saúde aos da assistência à saúde, fazendo com que as UBS promovam um processo de educação permanente e continuada em seu cotidiano. Além de promover uma ampliação do conceito de promoção à saúde e da visão integral dos usuários do Sistema Único de Saúde. Palavras-chave: Notificação; Violência Intrafamiliar; Atenção Primária à Saúde