Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Situação nutricional de crianças menores de 5 anos no Espirito Santo: análise da série histórica
Raiany Boldrini Christe Jalles, Lairane Barros Caxias

Última alteração: 2022-01-29

Resumo


A alimentação, bem como a saúde, é um direito constitucional previsto na Emenda Constitucional e na lei orgânica do Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar da importância da alimentação adequada e saudável, a situação nutricional da população infantil, tanto no Brasil como no Estado do Espírito Santo, indica duas manifestações simultâneas da Insegurança Alimentar e Nutricional (Insan), a desnutrição e a obesidade. Portanto, essa pesquisa objetiva analisar a série histórica do estado nutricional infantil no Espirito Santo correlacionado ao índice Nacional. Foram realizadas buscas na plataforma do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), através dos relatórios públicos para levantamento de dados de Estado Nutricional.

O índice “Peso por Idade” expressa a relação entre a massa corporal e a idade cronológica da criança. Conforme dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), a prevalência de Baixo Peso e Muito Baixo Peso para Idade nas crianças menores de 5 anos vem apresentando-se estável, com prevalência de 2,86% em 2016 e 2,7% em 2020, mantendo-se abaixo da média nacional, que representava 4,22% em 2016 e 4,13% em 2020. Ao analisar os dados de Peso por Estatura, índice que expressa a harmonia entre as dimensões de massa corporal e altura independentemente da idade, é possível identificar que 7,27% das crianças menores de 5 anos encontram-se em situação de Magreza e Magreza Acentuada no Espírito Santo. Apesar de apresentar frequência semelhante à média nacional (7,32%), a prevalência de Magreza no ES apresentou aumento de 1,65% nos últimos 5 anos (entre 2018 e 2020), merecendo atenção, considerando os efeitos deletérios da desnutrição no desenvolvimento infantil. Ao mesmo tempo, sobrevém o aumento da ocorrência da obesidade infantil, configurando-se num problema de saúde pública no Brasil, não sendo diferente no Estado, que apresentou 6,62% das crianças menores de 5 anos avaliadas na APS com Obesidade, um aumento 1,08% na prevalência em relação a 2018 (5,54%).

A obesidade infantil está associada a maior chance de morte prematura, manutenção da obesidade e incapacidade na idade adulta. Crianças com obesidade têm 75% mais chances de se tornarem adolescentes com obesidade, e 89% dos adolescentes com obesidade podem se tornar adultos com a doença.

O acompanhamento das ações de atenção nutricional da população infantil por meio do monitoramento de indicadores sobre Estado Nutricional é um processo potente e essencial para a gestão e as equipes de saúde reconheçam as situações de insegurança alimentar e nutricional, planejem e executem ações voltadas para a promoção de saúde.

Assim, investir em Vigilância Alimentar e Nutricional e em ações para promoção, proteção e apoio ao Aleitamento Materno exclusivo até 0 6º mês e complementado até os 2 anos de idade, alimentação adequada e saudável, práticas de atividade física e promoção da saúde, são estratégias do âmbito da saúde eficazes para prevenção da má nutrição na primeira infância.