Apresentação: Desde o início de 2020, o novo coronavírus também chamado de síndrome respiratória aguda grave de coronavírus 2 (SARSCoV-2) alterou a rotina dos países por todo o globo. A doença foi detectada na China em Wuhan em dezembro de 2019 (GUO et al., 2020). No dia 14 de abril de 2021 às 17:57 havia os seguintes números da pandemia no mundo: 137.847.272 casos confirmados, 2.965.199 óbitos ao redor do mundo. No Brasil nesta mesma data tínhamos 13.601.566 confirmados e 358.718 óbitos (BBC NEWS BRASIL, 2020). Este cenário de crise pandêmica pelo coronavírus impulsionou vários pesquisadores, gestores e governantes que fazem parte do comitê de crise de enfrentamento em discutir os impactos sociais nos relacionamentos interpessoais entre parceiros íntimos e entre pais e filhos. Os registros de casos de violência neste período de 2020 a 2021 tem demonstrado um aumento expressivo da violência doméstica preocupando a comunidade acadêmica, gestores de políticas sociais, setores de proteção e membros da sociedade. Uma vez que esses casos acontecem no âmbito do lar, tornando-o um lugar permeado de medo e abuso (MARQUES et al., 2020). Descrever a evolução temporal das fichas de notificações compulsórias dos casos de violência contra crianças e adolescentes no Distrito Federal nos anos de 2020 e 2021. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico baseado em dados secundários oficiais, utilizando o e-SUS Notifica; Boletins Epidemiológicos e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) sobre as violências contra crianças e adolescentes (de 0 a 19 anos completos). Resultados: O Distrito Federal em relação a Violência física na faixa etária de 0 a 19 anos de idade, realizou 4.419 notificações, os adolescentes de 15 a 19 anos foram os mais atingidos por esse tipo de violência, representando metade (50%) dos casos. A faixa etária de maior impacto de negligência foi de 1 a 4 anos (38,99%) e de 5 a 9 anos (18,75%). Dentro da violência psicológica a faixa etária mais atingida foi de 10 a 14 anos de idade. A pesquisa demonstra que entre esse período de 2020 e 2021 as notificações classificadas como ignoradas ou em brancos representam 898 notificações (20,32%). Considerações Finais: O estresse do confinamento devido ao estado pandêmico trouxe diversas mudanças no convívio familiar, os sentimentos de incerteza e insegurança, o medo de não conseguir acesso à saúde caso necessite, problemas de ordem econômica, sociais e psicológicas vão interferir para que esse convívio se torne cada vez mais emblemático. Palavras-chave: Notificação; Criança; Adolescente; Violência; e COVID-19.