Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PRÁTICAS DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: DESAFIOS E POTENCIALIDADES
Sâmia Amélia Mendes Silva, Bruno Luciano Carneiro Alves de Oliveira, Ariane Cristina Ferreira Bernardes Neves

Última alteração: 2022-02-01

Resumo


INTRODUÇÃO: A Atenção Primária a Saúde (APS) se propõe a promover acesso ampliado e resolução dos problemas mais prevalentes da população por meio da capilarização de uma rede de serviços no primeiro nível de atenção à saúde. Em regiões vulneráveis os enfermeiros podem assumir mais funções com autonomia, dentro dos programas de atenção primária à saúde estabelecidos pelo Ministério da Saúde, além de contribuir para a redução da mortalidade em áreas remotas e com carência de atendimento. OBJETIVO: Relatar os desafios e potencialidades vivenciados por enfermeiros que atuam na APS em uma cidade do Maranhão. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência da coleta de dados de uma pesquisa de dissertação que faz parte de um macroprojeto de abrangência nacional intitulado “Práticas de enfermagem no contexto da Atenção Primária à Saúde: estudo nacional de métodos mistos. Foram entrevistados 17 enfermeiros que atuavam na APS na cidade de Pinheiro, Maranhão. Os critérios de inclusão foram enfermeiros que atuavam na Estratégia Saúde da Família (ESF) há três anos ou mais. Os dados qualitativos foram coletados nos meses de novembro e dezembro de 2021 por meio de entrevistas intensivas em profundidade. Foi aplicado também um questionário para observação da estrutura física e disponibilidade de recursos. RESULTADOS: A desigualdade brasileira em regiões, estados e municípios constitui-se como um obstáculo ao acesso da população as ações e serviços de saúde. Os enfermeiros que atuam nos diferentes cenários do país ainda enfrentam inúmeros desafios, a realidade da população brasileira os coloca diante de situações complexas que requerem deles respostas para as necessidades das pessoas. Nessa pesquisa pode-se observar as dificuldades desses profissionais destacando-se em suas falas remuneração baixa, falta de infraestrutura adequada para o desenvolvimento de suas atividades impossibilitando a realização de vários procedimentos, falta de apoio da gestão local, falta de recursos para realização de atividades educativas e campanhas, falta de insumos e materiais, escassez de equipamentos de proteção individual e coletiva e como potencialidades destacaram a localização da sua unidade, o amor pela profissão e autonomia profissional. Os enfermeiros encontram na ESF um importante espaço de atuação e podem fortalecê-la, no entanto, ainda enfrentam a precarização das relações e condições de trabalho. CONSIDERAÇÕES FINAIS:  a resolução de problemas como infraestrutura precária, recursos materiais físicos, tecnológicos e humanos que dão materialidade a APS são determinantes para torná-la forte e para que a mesma seja coordenadora do cuidado dentro da rede de atenção à saúde. A compreensão da valorização e reconhecimento da prática dos enfermeiros pode trazer uma reflexão de quais lacunas precisam ser transpostas no intuito de impactar de forma positiva as demandas e a sua atuação tão importante para APS. Pode-se observar nas falas e na realidade observada durante a coleta de dados que mesmo após 30 anos da implantação do SUS os enfermeiros ainda trabalham na precariedade de infraestrutura, insumos e materiais mínimos para uma prática eficaz e resolutiva